Resumo
Este trabalho apresenta alguns resultados preliminares de uma pesquisa a qual investiga as representações sobre raça, cor, diferença, preconceito e discriminação racial dos agentes escolares (professores, técnicos e alunos) no cotidiano das aulas de História, Português e Artes das turmas de 5ª e 6ª série de uma escola de Belém (Pará), de modo a entender o lugar que o negro assume na prática pedagógica escolar, tendo em vista a obrigatoriedade do trato com a questão racial a partir do imperativo da Lei n. 10.639/2003. Por meio do aporte teórico-metodológico em Pierre Bourdieu e Roger Chartier, analisaram-se as representações colhidas por intermédio de observações não-participantes realizadas nas turmas de 5ª e 6ª séries de uma escola da rede privada de ensino.
Wilma de Nazaré Baía Coelho*
Rafaela Paiva Costa**
Constatou-se o quase total desconhecimento dos professores com relação à Lei n. 10.639/2003 e a questão étnico-racial no Brasil, o que traz como resultado reprodução de representações que ratificam preconceitos e discriminações raciais e que, por sua vez, serão internalizadas e também reproduzidas pelos alunos. Nossa reflexão prima, então, pela formação de professores para a compreensão do problema e sua subversão. Palavras-chave: Relações etnico-raciais. Formação de professores. Lei n. 10.639/2003.