Quarta escola a desfilar nesta segunda-feira, o Salgueiro já entrou na Avenida causando polêmica nas redes sociais. Com o enredo “Senhoras do Ventre do Mundo”, que celebra a história da mulher negra, a escola pintou com tinta preta o rosto dos integrantes da comissão de frente. Conhecida como ‘black face’, a prática era usada no século XIX por atores brancos para representar negros, que eram proibidos de participar de peças teatrais.
Do Extra
Já nos primeiros minutos de desfile, a caracterização repercutia negativamente nas redes sociais. “É impossível que não tenha tido uma pessoa com bom senso no Salgueiro para dizer que ‘bom, talvez não seja uma boa ideia a gente fazer black face'”, comentou um internauta.
é impossível que não tenha tido UMA pessoa com bom senso no Salgueiro pra dizer que “bom talvez não seja uma boa ideia a gente fazer black face”
— marílio mendonço (@rodpocket) 13 de fevereiro de 2018
A gente se empolgou porque o Salgueiro vinha homenageando as mulheres negras, mas aí a gente vê a escola fazendo blackface 💔
Não dá pra criar nenhuma expectativa hoje em dia, só ilusões 💔— Lado M (@SiteLadoM) 13 de fevereiro de 2018
Já a comissão de frente salgueirense entrou ainda em outra polêmica: escalaram homens para representar mulheres. Mas o coreógrafo Hélio Bejani disse que não quis motivar reações negativas. Segundo ele, a escolha foi uma decisão conjunta com o carnavalesco, Alex de Souza:
– Não quero polêmica. Isso é uma manifestação artística, temos licença poética. O enredo é afro. E é um afro mais histórico. Precisávamos dessas feições mais escuras. Por isso, decidimos pela pintura e por usar homens representando mulheres. Queria dar uma robustez. A maquiagem era a única forma de conseguir o tom certo.
Para a presidente do Salgueiro, Regina Celi, a pintura fazia parte da concepção do enredo:
– Estava na leitura do carnavalesco, tinha que ser assim.