Superliga de vôlei recebe multa de 50 mil por racismo

Racismo rende nova multa recorde de R$ 50 mil na Superliga de vôlei

Há um mês, uma torcedora do Minas gritou da arquibancada: “Vai lá, macaco

As ofensas racistas proferidas pela torcida do Minas ao oposto Wallace renderam ao clube de Belo Horizonte uma multa de R$ 50 mil. É a maior punição aplicada a um clube de vôlei em um caso de racismo –o Minas pode recorrer. Ocorrências anteriores desse tipo na Superliga nem chegaram a ser denunciadas ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Há um mês, uma torcedora do Minas gritou da arquibancada: “Vai lá, macaco. Volta para o zoológico”. Wallace, que defende o Cruzeiro, estava no saque neste exato momento e era um dos melhores jogadores da partida.

O grito foi captado pelo áudio da TV que transmitia a partida, que acabou com vitória de virada do Minas por 3 sets a 2 (20/25, 25/27, 25/23, 25/19 e 15/12). A partir dessa evidência, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) fez a denúncia ao STJD.

O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê multa de até R$ 100 mil ao clube cuja torcida “praticar ato discriminatório (…) relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça (…)”.

O tribunal julgou na manhã desta quarta-feira o caso e decidiu aplicar metade da multa ao Minas.

Dias depois do caso de Wallace, a atleta cubana Daymi Ramirez, do Minas, disse ter sido vítima de insultos racistas por parte de torcedores do Rio do Sul, em Santa Catarina. A ofensa teria sido dirigida também para a sua companheira de equipe e compatriota, Yusleyni Herrera.

“Gente, estou muito triste e me sentindo muito mal. Um torcedor do Rio do Sul chegou perto da quadra, onde estávamos Herrera e eu para gritar na nossa cara: “Negras de merda, voltem para Cuba”, escreveu Ramirez no Facebook após a partida.

O jogo não foi transmitido pela TV. Sem evidências da ocorrência do fato, a CBV não encaminhou a denúncia ao STJD.

DE VILÃO A VÍTIMA

No ano passado, um caso de homofobia na Superliga também rendeu outra multa de R$ 50 mil. Mas, neste caso, quem teve que arcar com os custos foi justamente o Cruzeiro, equipe de Wallace.

Na fase final da última temporada, a torcida cruzeirense, no ginásio de Contagem, chamou em coro o jogador Michael, do Vôlei Futuro, de “bicha”.

 

Fonte: Mídia News

+ sobre o tema

Modelo negra é condenada por assalto, apesar de provar que não estava na cidade

Apesar de apresentar provas sobre sua inocência, a modelo Bárbara Querino...

Cliente terá que pagar R$ 25 mil por racismo contra consultor de loja de telefonia em MT

A Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de...

Eu nunca perco

Eu demorei pra entender um determinado incômodo que me...

para lembrar

União Europeia critica limitações da Suíça à imigração

A comissária europeia da Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania,...

Educação em Portugal “não ultrapassou as desigualdades criadas pelo racismo”

A recém-criada Djass-Associação de Afrodescendentes organiza debate onde serão...

Cotas no ensino superior: uma política bem-sucedida

Para um país que historicamente se pensava como uma...
spot_imgspot_img

Se liga, meu irmão

Além de marcar mais uma festa da democracia, as eleições municipais de 2024 deixam claro e evidente que o antirracismo, apesar de previsto na Constituição Federal de...

Mães de vítimas denunciam assassinatos em Conselho da ONU

"Meu filho tinha 16 anos quando foi tirado de casa por 23 policiais militares no estado da Bahia, Brasil, em outubro de 2014", disse...

SP: Condomínio é condenado após mandar homem negro para entrada de serviço

O condomínio de alto padrão Quinta do Golfe Jardins, em São José do Rio Preto (SP), foi condenado a indenizar um homem negro em...
-+=