Um mês após morte no Vasco, família de Wendel ainda espera respostas

O Instituto Médico Legal ainda não revelou as causas da morte. Mãe de Wendel revela que menino completaria 15 anos no próximo dia 9 de abril

Wendel Venâncio da Silva se aproximou do sonho de ser jogador de futebol. Despontou nos gramados de sua cidade, São João Nepomuceno (MG), e foi convidado para período de testes no Vasco. Há um mês, o sonho chegava ao fim. Na manhã de 9 de fevereiro, o garoto de 14 anos caía no campo do centro de treinamento usado pelas categorias de base vascaínas, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sem mais poder chutar a gol. Nesta sexta-feira, o “SporTV News” mostra a dor da família, que vive no interior de Minas Gerais, e que ainda há poucas respostas para a tragédia.

Wendel morreu no treinamento – de causas ainda não reveladas pelo Instituto Médico Legal. O inquérito que apura a morte, na 50ª DP (Itaguaí), segue aberto. A polícia já ouviu Cássio, técnico do time sub-15 do Vasco, e Luiz Carlos Júnior, coordenador das categorias de base do clube. Para a família, resta a dor de ter perdido o filho.

– Luto, muita dor mesmo porque minha vida, um pedaço de mim está com ele no cemitério. Tenho outros dois filhos. Se não fosse isso, não estaria de pé agora – contou a mãe do menino, Rita de Cássia, ao “SporTV News”.

Wendel treinava havia seis anos na escolinha do ex-jogador Marco Aurélio Ayupe, em São João Nepomuceno. Quatro vezes por semana, o garoto ia ao campo do Mangueira, na cidade mineira. Foi o ex-lateral que intermediou o teste no Vasco. Ele fazia o segundo treino no clube carioca quando faleceu em campo.

Confira a galeria de fotos da escolinha onde Wendel começou a jogar futebol.

– Era um atacante dos bons, que atuava pelos lados do campo, sempre com muitos gols – lembrou Ayupe, citando que Wendel jamais teve qualquer problema de saúde enquanto treinou na escolinha.

wendel2Troféus conquistados por Wendel ainda estão expostos

no quarto do menino (Foto: Fábio Grijó / SporTV)

Na casa da família, a mochila que o garoto levou na viagem ao Rio continua do jeito que foi entregue à família. No quarto, troféus em cima da estante, com um escudo do Vasco colado. Na parede, um desenho de Jesus feito por Wendel. Apenas fotos do menino foram guardadas pela mãe.

– Tirei as fotos dele da casa. Ficar vendo doía muito. Ele saiu bem daqui (de São João Nepomuceno), nem resfriado ele pegava. E voltou do jeito que voltou. Fazia tudo para ajudá-lo no futebol, sonhava com ele. O que a gente pôde dar, a gente deu.

O pai de Wendel, Antônio Carlos, recordou as brincadeiras do filho em casa:

– Ele saía da cozinha, passava a bola pelas minhas pernas. Tinha vontade de crescer. O negócio dele era bola e estudo. É um sofrimento, 24 horas por dia pensando nele. Pedi a Deus para confortar a gente, para aprender a conviver com essa situação.

Rita lembrou uma triste coincidência:

– Ele faria 15 anos no dia 9 de abril, quando terá dois meses de morto. Isso machuca demais. Ele tinha muitos planos para esses 15 anos. Tem hora em que durmo e penso que vou acordar e perceber que tudo isso é um pesadelo, é mentira.

Procurado, o Vasco não se pronunciou. O médico que avaliou o menino e lhe deu atestado para se apresentar ao Vasco não quis falar.

 

 

Fonte: Globo Esporte

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