O padre polonês Krzystof Charamsa, que participou de coletiva de imprensa com o namorado, fez declarações com o intuito de incentivar a Igreja Católica a mudar de posição sobre a homossexualidade
O Vaticano afastou neste sábado (03/10) o monsenhor Krzystof Charamsa de sua posição na Congregação para a Doutrina da Fé, braço doutrinal do Vaticano onde trabalhava desde 2003, após o padre polonês declarar que é gay e que tem um parceiro de longa data.
A revelação foi dada em uma entrevista publicada hoje no jornal Il Corriere della Sera, o de maior tiragem da Itália, em que Charamsa, de 43 anos, fala sobre a sua vida pessoal e assegura que tem orgulho de ser homossexual.
Mais tarde, o padre polonês realizou uma coletiva de imprensa com o seu parceiro, um homem espanhol, e ativistas da causa LGBT em um restaurante de Roma, reportou a Reuters. A meta era incentivar a Igreja Católica a alterar o seu posicionamento conservador a respeito da homossexualidade.
Em comunicado, o Vaticano disse que a demissão de Charamsa não tem relação com seus comentários sobre sua vida pessoal, mas destacou que a entrevista foi um ato “grave e irresponsável”.
As revelações de Charamsa ocorrem às vésperas do Sínodo sobre a Família. Entre os dias 4 e 25 de outubro, bispos vão se reunir no Vaticano para discutir diversos temas referentes à família, incluindo a possibilidade de maior abertura aos gays dentro da instituição familiar.
Para o padre polonês, papa Francisco tem sido “fantástico” por ter feito com que a Santa Sé “redescobrisse a beleza do diálogo”, reportou a Ansa. Após saber da demissão, o monsenhor afirmou que dedicava “o fato de se assumir aos muitíssimos sacerdotes homossexuais que não tem força de sair do armário”.
“O amor homossexual é um amor que tem a necessidade da família. Toda pessoa, também os gays, lésbicas e transexuais, leva no coração o desejo de amor de familiaridade”, afirmou Charamrsa.