Nossa luta!!!
#juntossomosmaisfortesPosted by Leonardo Valentim on Quinta, 26 de novembro de 2015
Um dos entregadores de bebida que foram vítimas de racismo no Dia da Consciência Negra convoca os cariocas para uma manifestação nesta sexta-feira, às 18h, na Praça Vanhargem, na Tijuca.
Leonardo Valentim, uma das vítimas, se uniu aos organizadores de um evento divulgado em uma rede social, Eduardo Nascimento e Júlio Guimarães, com o objetivo de reunir mais pessoas e discutir, tanto na web quanto nas ruas, o ato de preconceito e discriminação racial ocorrido no bar Garota da Tijuca, na última sexta-feira. No Facebook, há mais de 3,5 mil pessoas confirmadas na manifestação.
— Qual será o próximo episódio? Quem será a próxima vítima de racismo com que vamos nos solidarizar? Temos que fazer deste caso um exemplo, uma pedagogia cidadã. Temos que mostrar de forma definitiva o preço que será cobrado de outros estabelecimentos e instituições que cometerem práticas semelhantes — afirmou o jornalista Eduardo Nascimento.
Outro organizador da iniciativa, Júlio Guimarães, que é administrador de empresas e presidente da ONG Ojuobá Axé, também considera importante que haja uma manifestação nas ruas.
— Quando gritamos alto, todo mundo escuta. Precisamos nos fazer escutar, mostrar de forma inequívoca que não vamos tolerar esse tipo ofensa e de insulto contra toda população negra. Quando os 51% da população deste país entenderem o poder que têm, não precisaremos discutir por algo tão básico, o respeito à dignidade aos afrodescendentes — disse Guimarães.
BANANAS COMO ‘HOMENAGEM’
Enquanto faziam uma entrega de bebidas no bar Garota da Tijuca, na última sexta-feira, três homens negros ganharam bananas do gerente da casa. Segundo os entregadores, o funcionário Ascendino Correia Leal disse que dava as frutas em “homenagem” ao Dia da Consciência Negra, por serem todos “da mesma raça”.
Sentindo-se ofendidos, os três homens acionaram a Polícia Militar, e o gerente do bar foi levado para a 19ª DP (Tijuca). Ele pagou uma fiança de R$ 800 e foi liberado na própria sexta-feira. Vai responder a um processo de injúria racial. Se condenado, Correa Leal, de 66 anos, terá que pagar uma multa e poderá pegar de um a três anos de reclusão, que geralmente são convertidos em serviços comunitários.
“Numa homenagem ao dia de hoje, uma banana para cada um porque vocês são tudo (sic) da mesma raça”, teria dito o gerente, segundo Leonardo Valentim, de 38 anos, motorista do caminhão que entregava as bebidas.
Na noite da última segunda-feira, o Grupo Garota, que administra o bar, informou que o funcionário seria demitido.