Guerra por votos

Por: JONATHAN MANN

 Com um afro-americano no Escritório Oval, esta é uma boa hora para homenagear os soldados que, no século XIX, lutaram pela escravidão? “Tolice”, diz o historiador Douglas Brinkley.

Mas, repentinamente, o tema atraiu o presidente Barack Obama, cuja mulher, Michelle, é descendente de escravos.

O debate começou quando o governador republicano da Virgínia restaurou a observância, em abril, do Mês da História Confederada, homenageando os sacrifícios feitos pelo Sul na Guerra Civil Americana, há 150 anos.

O orgulho regional ainda é forte e muitos sulistas recordam o conflito como uma brutal invasão do Norte, que superou os bravos defensores do Sul.

Mas o que o governador da Virgínia deixou de mencionar é que uma das principais causas da guerra foi a escravidão de africanos na América.

O governador, um republicano, primeiro cansou de explicar seu descuido e depois pediu desculpas.

Foi quando o presidente entrou.

– Não acho que se possa entender a Confederação ou a Guerra Civil se não se entender a.

Então penso que foi uma omissão inaceitável. Acho que o governador reconhece isto agora – disse Obama.

O historiador Douglas Brinkley acha que, de fato, os republicanos esperam que algumas palavras carinhosas sobre a Confederação vão ajudá-los a ganhar votos de eleitores brancos no Sul, que apoiaram Obama mas podem ser conquistados por um apelo ao orgulho regional.- Barack Obama ganhou na Carolina do Norte e em Virgínia. Os republicanos não têm uma fórmula para reconquistar o poder em 2012 sem ganhar nesses dois estados – opinou Brinkley.

Os republicanos, segundo o historiador, “estão tentando arranjar um meio de aumentar suas chances nos dois estados”.

Mas o governador do estado sulista do Mississippi, Haley Barbour, ex-presidente do Partido Republicano, afirma que a controvérsia “está tentando criar algo grande a partir de nada” (uma forma criativa de dizer que não é nada mesmo).

Nos 18 meses desde que Obama se tornou o primeiro afro-americano a ser eleito para a presidência, sua raça deixou de importar quase tanto quanto suas políticas para a economia americana, a saúde e as duas guerras externas.

Obama de fato fez história, mas ele não apagou a história que o precedeu e os Estados Unidos ainda estão trabalhando para conseguir.

Fonte: O Globo

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