Pela 1ª vez América Latina tem 32% vivendo na classe média

Cida Rezende*

Pela primeira vez em dez anos, o percentual de integrantes da classe média na América Latina chegou a 32% da população que vive na região, cerca de 580 milhões; antes desse período, o total da população com ganhos acima de 50 dólares por dia na região era de menos de 20%; informações foram apresentadas nesta sexta (6) pelo vice-presidente do Banco Mundial para América Latina e o Caribe, Jorge Familiar (na foto); ele também defendeu investimentos em educação de alta qualidade, em especial na capacitação dos trabalhadores para garantir os empregos e postos de trabalho existentes

Pela primeira vez em dez anos, o percentual de integrantes da classe média na América Latina chegou a 32% da população que vive na região, cerca de 580 milhões. Antes desse período, o total da população com ganhos acima de 50 dólares por dia na região era de menos de 20%. As informações foram apresentadas hoje (6) pelo vice-presidente do Banco Mundial para América Latina e o Caribe, Jorge Familiar.

Para o gerente regional de Relações Internacionais para a América Latina do banco, Sergio Jellinek, o avanço da classe média deve ser comemorado, mas apresenta novos desafios para os gestores da região. “Os números que mostram o aumento da classe média se devem a programas de caráter social, mas, mesmo assim, o maior desafio é manter essas conquistas”, ressaltou.

Os representantes do Banco Mundial participam, na Cidade do México, da segunda conferência da Globe Internacional sobre mudanças climáticas, que começou hoje. A Globe é uma organização apartidária que reúne parlamentares de vários países e apoia iniciativas de avanço nas leis e estímulo a modelos de desenvolvimento sustentável.

Até domingo, mais de 100 congressistas irão discutir na capital mexicana compromissos de deputados e senadores ao redor do mundo, em especial dos representantes dos países em desenvolvimento, de promover respostas eficazes em seus países para levar à 21ª Conferência da Partes sobre o Clima, da Organização das Nações Unidas, que acontecerá em 2015, em Paris.

Segundo Familiar, apesar dos países da região terem avançado nas políticas econômicas e melhorado a qualidade das políticas fiscais nos últimos dez anos, é preciso um esforço maior para que essas nações estejam em condições de firmar acordos e alianças entre si e com os países desenvolvidos frente aos impactos provocados pelas mudanças climáticas.

O executivo do Banco Mundial ressaltou ainda que, embora as metas de pobreza extrema tenha sido alcançadas, reduzindo pela metade a pobreza na região nesse período, é preciso construir condições de desenvolvimento sustentável e de manutenção do ritmo de erradicação da pobreza nos países latino-americanos. O que, segundo ele, significa levar em conta os impactos das mudanças climáticas em todas as dimensões das políticas públicas dos países.

“É preciso elevar os investimentos em infraestrutura e diminuir os custos de logística. Nos países latino-americanos se gasta duas ou quatro vezes mais com logística que nos tigres asiáticos”, comparou.

Familiar também defendeu investimentos em educação de alta qualidade, em especial na capacitação dos trabalhadores para garantir os empregos e postos de trabalho existentes. O mexicano é o primeiro latino-americano a ocupar a vice-presidência do Banco Mundial.

O Brasil está representado na reunião internacional pelo senador Antônio Carlos Valadares, (PSB-SE), presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, pela senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso e pelo deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE).

*A jornalista viajou a convite do Banco Mundial.

Fonte: Brasil 247

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