Terreiro pede, em carta, apuração sobre finalidade dos Gladiadores do Altar

Casa de Oxumaré destaca que não seria possível afirmar que os GA não recebam treinamento militar prévio

Por Thais Borges, no Correio 24 Horas

A Casa de Oxumarê, um dos mais antigos terreiros de candomblé da Bahia, divulgou uma carta aberta às autoridades, na semana passada, para que investiguem a finalidade dos Gladiadores do Altar (GA).

“Quando fomos notificados da existência desse grupo, imediatamente causou um impacto de medo, por conta do histórico da Igreja. Eles sempre tiveram uma ação de promover o ódio religioso, com o objetivo de tentar erradicar e exterminar as religiões de matrizes africanas”, explicou o babalorixá da Casa, Pai Pecê.

Na carta, a Casa de Oxumaré destaca a estruturação de um “embrião paramilitar” e que não seria possível afirmar que os GA não tenham armas ou que seus membros não recebam treinamento militar prévio.

“Diante de tamanha incerteza sobre os objetivos dessa organização, sobre a sua natureza, o real controle que a Igreja conseguirá exercer sobre esses jovens e da possibilidade palpável de que essa alegoria se converta em ódio e violência real, conclamamos todos aqueles comprometidos com a consolidação do Estado Laico a se manifestarem veementemente contra a manutenção das atividades dos “Gladiadores da Fé'”, diz a carta.

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De acordo com Pai Pecê, membros da Igreja Universal do Reino de Deus já chegaram a invadir e destruir terreiros. A partir de amanhã, o documento deve ser entregue a órgãos como o Ministério Público do Estado, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, e às organizações das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Americanos (OEA).

Pastor pede respeito às religiões
Para o presidente do Conselho de Pastores, Teólogos e Oficiais Evangélicos do Brasil e do Exterior, bispo Antônio Esteves, as reações contrárias aos Gladiadores do Altar são fruto de uma perseguição aos membros da religião evangélica.

“Nós temos que respeitar as outras religiões, mas eles também devem respeitar a nossa”.

Apesar de não ser ligado à Igreja Universal, o bispo Antônio diz que toda manifestação gospel deve ser tratada como cultura.

“Entendo que a Universal tem uma visão diferente das outras, mas tudo é cultura, desde que seja uma manifestação ordeira”.

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