Ruth de Souza qualifica como despeito ataques a Taís Araújo e diz como enfrenta o preconceito: ‘Nunca baixar a cabeça’

Em 94 anos de vida e 70 de carreira, Ruth de Souza não esperava que em pleno 2015 ainda testemunharia uma colega de profissão ser alvo de ataques racistas: “O que fizeram com a Taís Araújo foi uma estupidez. Para mim, é tudo fruto de muita inveja e despeito. Ela virou alvo porque é uma mulher de sucesso e isso incomoda”.

Do Extra

Pioneira, ela sabia que enfrentaria uma batalha pela frente ao decidir ser atriz na década de 40. Na profissão, Ruth encontrou dificuldades, mas aprendeu desde cedo como enfrentar o preconceito. “Minha mãe sempre me ensinou a ter postura e firmeza, e nunca baixar a cabeça. As portas foram se abrindo para mim dessa forma. Mas ouvia sempre ‘lá vem aquela negrinha metida’”, lembra.

 

Um episódio na vida da atriz, ainda no começo da carreira, acabou virando História. “Eu e um grupo de amigos negros fomos proibidos de entrar num baile de carnaval do Hotel Glória. Foi em 1947. Fizemos um protesto e criamos uma mobilização que acabou originando a Lei Afonso Arinos alguns anos depois”, conta Ruth de Souza, lembrando a primeira lei que caracterizou como contravenção penal a prática de atos resultantes de preconceitos de raça ou de cor.

 

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Ruth de Souza quando posou para o livro “Black Faces” Foto: Marta Azevedo/ divulgação

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