África, América e Brasil: o cinema negro se reúne no Rio

Fonte: O Dia OnLine-

Rio – Estação Realengo (Carlos Maia), O Passo de Madureira (Tiago Araújo), 5x favela (Cacá Diegues), Turismo no Rio (Anderson Quak) estão entre os filmes com os quais os cariocas, principalmente os que moram no subúrbio do Rio, vão se identificar facilmente.

Eles fazem parte do III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas que, pela terceira vez consecutiva, escolhe a cidade como tela de exibição, mostrando que o Rio ainda é ponta-de-lança tanto na produção quanto na difusão de cultura.

Aberto oficialmente nesta segunda-feira, a programação do III Encontro de Cinema Negro, que tem a curadoria do cineasta brasileiro Zózimo Bulbul, traz uma ampla mostra do que tem sido produzido ao redor do mundo. E o que é melhor: a preços populares (R$ 3) ou com entrada gratuita.

 

 

A cineasta americana Yoruba Rinchen durante a produção de seu Promised Land, em exibição no festival.

Um dos destaques da mostra é o documentário Espelho / Obama, dirigido pelo ator Lázaro Ramos, durante a posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A exibição da estreia de Lázaro por trás das câmeras será no dia 15, no Cine Odeon.

Até o próximo dia 18 o Rio assistirá cerca de 50 títulos, entre documentários, longas de ficção, médias e curtas-metragens, na maioria, realizados por jovens diretores, na faixa de 20 e 40 anos. Ao todo, serão 23 filmes brasileiros, 14 africanos, cinco caribenhos e cinco americanos, além de um canadense e um colombiano.

folder_2E para oferece um maior número de possibilidades ao público, o evento acontece em diversos pontos da cidade. De 9 a 15 de novembro, as atividades se concentram no Centro, tendo como palco o Cinema Odeon BR, o Centro Cultural Justiça Federal, a Lapa (onde uma tenda será montada em praça aberta), além do Centro Afro Carioca de Cinema, onde acontecem encontros diários pela manhã. Na Zona Sul, o Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, abriga o Encontro entre os dias 16 e 18.

“Nosso objetivo é mostrar a força e a importância da cultura negra que tentaram esconder por tantos anos e que lutamos até hoje para tirar da invisibilidade”, afirma Bulbul. “Nossa meta é promover o diálogo entre Brasil e África e mostrar que há muitas semelhanças entre as duas culturas mesmo após tanto tempo de ruptura. O Encontro é o nosso quilombo cinematográfico, o nosso ponto de resistência”, revela o cineasta.

Por acreditar nisso, além da exibição dos filmes, a mostra realiza encontros entre profissionais e público em debates com produtores, críticos, estudantes e através de oficinas de capacitação gratuitas.

Este ano o III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas ampliou a participação de países, trazendo obras não só africanas e brasileiras como também das Américas do Norte e Central. A grande novidade fica por conta do caráter jovem do Encontro e da presença dos americanos Yoruba Rinchen e Thomas Allen Harris, representando o homenageado desta edição, o documentarista Saint Claire Bourne. Cada um deles apresenta dois filmes.

Dos filmes caribenhos, fazem parte da programação: Mensajero de Los Dioses, Roble de Olor, e Hacer arte, hacer justicia, todos da autoria do cubano Rigoberto Lopez, que também esteve presente no Encontro passado.

Dividida em 3 categorias – Longas, Documentários e Ficção -, a mostra brasileira vem com 23 títulos, que discorrerão sobre os temas bairros, tradições e ficção sobre o cotidiano. Dentre esses, destaque para os longas Em Quadro – A História de 4 Negros na Tela, de Luiz Antonio Pillar, e Barracão, de Waldir Xavier.

A programação completa do III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas pode ser conferida no site:

http://www.encontrodecinemanegro.com.br/programacao/index.html

 

 

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