Histórias e trajetórias de quatro famîlias que se refugiaram no Brasil

ANA, 21, E HELENA SEBESCEN,23, SÉRVIA (EX-IUGOSLÁVIA)
Idade na chegada: Seis (Helena) e quatro anos (Ana), em 1992
Rota: De Belgrado (Sérvia) para Viena (Áustria), de trem, e dali para São Paulo, de avião.
Motivo: O pai de Ana e de Helena era oficial do Exército da antiga Iugoslávia. Os militares estavam divididos quanto ao futuro do país, onde estava prestes a começar a Guerra da Bósnia. Nos meses que antecederam o conflito, seu pai passou a ser ameaçado. “Ele diz que dormia com uma arma debaixo do travesseiro”, conta Helena.
Como: A família vendeu tudo o que tinha e, trazendo apenas as roupas do corpo, viajou para o Brasil. Aqui, foram para a casa de um casal que o pai delas tinha conhecido numa viagem ao Canadá.

YIRA CORTÉS, 22, ME YESSICA CORTÉS, 20, COLÔMBIA
Idade na chegada: 12 (Yessica) e 13 (Yira), em 2001
Rota: de Granada para Bogotá, de ônibus. Em seguida, avião para Letícia (Colômbia), onde atravessaram a pé a fronteira como Brasil, em Tabatinga (AM). Dali, foram três dias de barco até Manaus, onde pegaram um avião para São Paulo.
Motivo: A família das duas vivia em um sítio na cidade de Granada, numa região controlada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), que na época faziam muitos sequestros na região.
Como: “Eles venderam o que tinham lá superbarato, mas deu para comprar um terreno e uma casa aqui no Brasil”.

YAUERY CRISTÓVÃO, 20, ANGOLA
Idade na chegada: Cinco anos, em 1994.
Rota: De Luanda para o Rio de Janeiro, de avião.
Motivo: A guerra civil que aconteceu no país entre 1975 e 2002. “Minha mãe não tinha como criar dois filhos no meio de uma guerra. Até ir para a escola era perigoso”, diz Yauery.
Como: A mãe de Yauery veio com ele, outro filho de sete anos, a irmã e uma sobrinha. Saíram de lá como turistas e pediram refúgio assim que chegaram ao Rio de Janeiro.

LARISSA EDY, 15, COSTA DO MARFIM
Idade na chegada: Dez anos, em 2004.
Rota: De Abidjan, capital administrativa da Costa do Marfim, para São Paulo, de avião.
Motivo: A guerra civil que aconteceu no país entre 2002 e 2004. “Tinha medo, porque ficava tudo fechado, não tinha mais serviços, não tinha mais aula. As pessoas gritavamnas ruas, correndo pra lá e pra cá”, diz Minata Edy, mãe de Larissa.
Como: Quando a guerra estourou em sua terra natal, o pai de Larissa vivia na África do Sul, a trabalho. Então, ele veio para o Brasil, onde pediu refúgio para a família. Larissa e sua mãe vieram em seguida.

Fonte: Folha de São Paulo

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