Zezé Motta prestigia Encontro Etnicidades Brasil, em Alagoas

A militante negra, atriz, cantora e Superintendente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro, Maria José Motta de Oliveira, a conhecida artista Zezé Motta, está em Alagoas onde participa do IV Encontro Etnicidades Brasil: “Todos os Perfis. Todas as Áfricas e todos os Brasis na Palestra de Zezé Motta”, que teve início nesta sexta-feira (19) e prosseguirá até domingo (20).

“Não se pode tratar desiguais de forma igual”, disse Zezé Mota durante a palestra pela manhã, no Cine Sesi Pajuçara, que discutiu, entre outros assuntos, a questão das cotas para negros nas universidades.

“A implantação das cotas chamou a atenção do Brasil para uma reflexão sobre a problemática do negro”, afirmou a atriz que volta a realizar palestra neste sábado (20), às 14 horas, no Teatro Linda Mascarenhas, no bairro do Farol.

O IV Encontro Etnicidades Brasil, uma realização do Projeto Raízes de Áfricas, tem como patrocinadores as Secretarias Estaduais de Comunicação e Educação, a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Faculdade Maurício de Nassau, Polícia Civil e Instituto Magna Mater.

De acordo com a coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, Arísia Barros, o encontro objetiva promover uma intervenção substantiva no silêncio social estrutural que estimule o canto coletivo da igualdade compromissada com o entendimento dos valores sócio-étnicos, identificando lembrando, discutindo, refletindo e associando ao 21 de março – o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, novas possibilidades de discussão e apreensão entre os pares e os ímpares sujeitos sociais, da afro-alagoanidade, que revise o passado na intenção de compreender o presente.

O IV Encontro Etnicidades Brasil consta de uma extensa programação, entre palestras,entrega de comenda, almoço empresarial e o Show Divina Saudade , em homenagem a cantora Elizeth Cardoso.

A artista Zezé Mota é uma das fundadoras e presidente de honra do CIDAN (Centro Brasileiro de Informações e Documentação do Artista Negro), que existe desde 1984. Zezé é também pela segunda vez diretora social da SOCINPRO (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais), Superintendente da Secretaria Estadual de Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro, atuante em programas comunitários e mestre de cerimônias. Atenta ao que acontece no país e no mundo exerce atividades extras, estimulando a formação de novos talentos e defendendo a classe artística.

Zezé Motta buscou sempre e continua buscando ampliar o espaço dos negros. Nascida em Campos, cidade do norte fluminense, logo aos dois anos de idade veio para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar em um colégio interno. Um dia, levada pelas mãos de Maria Clara Machado, foi como bolsista, fazer um curso de teatro no Tablado, e começou a se interessar pela arte de representar. Em 1967 já estava profissionalizada.

Como atriz, Zezé Motta tem carreira fulgurante. Sua estréia no teatro se deu em 1967, com “Roda Viva”, sob direção de José Celso Martinez Corrêa e, desde então, participou do elenco de importantes peças como: “Fígaro, Fígaro”, “Arena conta Zumbi”, “A Vida Escrachada de Joana Martine e Baby Stompanato”, em 1969; “Orfeu Negro”, em 1972, e “Godspell”, em 1974, entre outras.

Fonte:T empo Real

+ sobre o tema

Com sangue baiano-mineiro-negro-indígena, Dêssa Souza lança EP “Camadas”

Dêssa Souza cresceu em quintais de terra, com modas...

Quando a Rainha Nzinga Trouxe Mar a Minas

Cena do filme A Rainha Nzinga chegou/ Divulgação  Nos idos tempos...

Acusação diz que ex-vice-presidente congolês permitiu centenas de estupros

Julgamento de Jean-Pierre Bemba na Corte de Haia aponta...

Lélia Gonzalez

Fato da maior importância (comumente “esquecido” pelo próprio Movimento...

para lembrar

Perdemos Sérgio Storch

Sérgio Storch estaria seguramente na Avenida Paulista, no próximo...

Consciência Negra e Polícia Militar: Desafios e Perspectivas

Estive lá na Academia de Polícia Militar Dom João...
spot_imgspot_img

Podcast brasileiro apresenta rap da capital da Guiné Equatorial, local que enfrenta 45 anos de ditadura

Imagina fazer rap de crítica social em uma ditadura, em que o mesmo presidente governa há 45 anos? Esse mesmo presidente censura e repreende...

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde mundial feminino da maratona ao vencer a prova em Londres com o tempo de 2h16m16s....

Clara Moneke: ‘Enquanto mulher negra, a gente está o tempo todo querendo se provar’

Há um ano, Clara Moneke ainda estava se acostumando a ser reconhecida nas ruas, após sua estreia em novelas como a espevitada Kate de "Vai na...
-+=