Ministra pede que Comissão de Ética investigue acusações contra ela e seu filho

Erenice enviou nesta segunda ofício que pedindo apuração do caso

A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, encaminhou nesta segunda-feira (13) um ofício à Comissão de Ética da Presidência da República pedindo a abertura de investigação sobre a sua conduta nos casos relatados pela revista Veja desta semana. De acordo com a reportagem, Erenice e seu filho, Israel Guerra, cobravam por facilidades a empresas interessadas em fechar contratos com o Governo Federal.

O ofício foi encaminhado a Sepúlveda Pertence, presidente da comissão que se reúne nesta segunda-feira. A reunião já estava agendada e o assunto não estava na pauta. Mas com o pedido da ministra a repercussão da reportagem, o assunto deve ser discutido na reunião.

A ministra Erenice Guerra também divulgou nota para se defender no fim de semana. No texto, ela se refere à reportagem como “caluniosa” e diz que colocará à disposição seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. Além disso, afirma que irá tomar, em relação à revista, “medidas judiciais para a reparação necessária”.

Para embasar a abertura de processo investigatório, a ministra anexou ao pedido a reportagem da revista Veja, os esclarecimentos dela e do filho Israel Guerra prestados antes e após a publicação da matéria. Erenice disse ainda ter anexado desmentidos do suposto empresário denunciante (Fábio Bacarat), da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da empresa Via Net Express sobre a participação de Bacarat em seus quadros societários.

Assim como já havia dito anteriormente, Erenice coloca à disposição da Comissão de Ética os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico e de seu filho. A ministra conclui o ofício dizendo que está pronta para prestar qualquer esclarecimento à comissão.

A reportagem

De acordo com a reportagem de Veja, Erenice montou no Palácio do Planalto uma central de lobby por meio da empresa de consultoria de seu filho, Israel Guerra, que cobrava de empresários interessados em fazer negócios com o governo uma taxa de propina de 6%.

A revista afirma que o empresário paulistano Fábio Baracat, que teria realizado um desses negócios, encontrou-se com Erenice quatro vezes para fechar um negócio de transporte aéreo com os Correios. De acordo com a revista, Fábio Bacarat é dono da Via Net Express e era sócio da MTA Linhas Aéreas, que fechou contrato de R$ 84 milhões. 

Segundo a revista Veja, Baracat afirmou que a ministra teria pedido propina para “saldar compromissos políticos”.

A matéria diz ainda que o filho de Erenice teria distribuído propina na Anac para facilitar a renovação da licença de voo da MTA durante a vigência do contrato.

Fonte: R7

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