Custo do machismo no país de Rafinha Bastos: placas e pinos no braço porque disse não

Sexta feira passada eu e mais nove blogueiras feministas tivemos um encontro fantástico com a ministra Iriny Lopes, discutimos muitos assuntos, entre eles o caso Hope, Rafinha Bastos e outros. Preciso escrever a respeito, mas estou aguardando o vídeo que está sendo editado por uma das blogueiras que fez uma captação profissional.

por: Conceição Oliveira

Há boas notícias para as mulheres: em dezembro ocorrerá a 3a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres que já reuniu em mais de 2 mil municípios mais de 250 mil mulheres discutindo políticas públicas voltada para nós.

Uma de minhas questões para a ministra Iriny Lopes versou sobre o fato da pouca comunicação que existe na Secretaria para que os brasileiros entendam quais são as suas atribuições, quais são suas realizações, sua dimensão, seu orçamento, sua autonomia, já que apesar do status de Ministério, as Secretarias como a de Direitos Humanos, a SEPPIR e a SPM estão ligadas à Presidência da República.

Ao conhecermos a real importância de uma Secretaria como esta talvez possamos parar de negar o machismo secularmente entranhado em nossa sociedade, parar de rir de ogros, parar de achar que a publicidade que trata mulheres como objeto e não como um sujeito de vontades e escolhas e ainda diz que o certo é ser objeto não seja uma boa publicidade. Talvez entendamos que não é possível não apoiar ações institucionais que lutem também contra a violência simbólica presente nos programas de humor sem graça alguma. Quem sabe assim, rapazes como o que agrediu a jovem potiguar compreenda, finalmente, que quando dizemos não, queremos dizer: NÃO!

 

“Estava conversando com minha amiga em um sofá, quando ele se aproximou e já tentou me beijar. Eu disse que não e me afastei. A partir daí, ele começou a me xingar com palavras que me recuso a repetir.”

(…)

Foi aí que ele apareceu de novo, tentando me beijar. Eu expliquei para ele que não o conhecia, que não era para ele fazer aquilo. Ele agarrou meu braço com muita força, como que se fosse me levar para outro lugar. Eu joguei o refrigerante nele e ele me empurrou pelo braço até o chão.”

(…)

Com um ele me empurrava para o chão e com o outro ele puxou o braço para cima. (…) Era muita dor. Vi meu braço virado e só pensava em segurá-lo, meu braço ficou solto.”

Fonte: Planeta Osasco

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