Marta Suplicy troca presidente da Fundação Cultural Palmares

Eloi Araújo, que estava no cargo desde 2011, será substituído por Hilton Cobra, diretor de teatro e fundador da Cia. dos Comuns

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, pediu anteontem, em reunião realizada em Brasília, que o advogado e zootecnista Eloi Ferreira de Araújo deixe a presidência da Fundação Cultural Palmares (FCP) nos próximos dias. Araújo, que chegou a ser ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo Lula, liderava desde março de 2011 a instituição criada para reforçar a cidadania, a identidade e a memória dos negros no Brasil. Para substitui-lo, a ministra convidou o diretor de teatro Hilton Cobra, fundador do grupo de teatro negro contemporâneo, Cia. dos Comuns.

— Eu não estava esperando essa troca — disse Araújo ao GLOBO. — A FCP está vivendo um momento extraordinário: trocando de sede e investindo todas as forças na construção do futuro Museu Nacional Afrobrasileiro, que reunirá em Brasília todo o acervo sobre tráfico negreiro e escravidão do país. Mas essas trocas fazem parte do jogo da administração pública. Marta é uma senadora muito qualificada. Sabe o que faz.

Procurado pela reportagem, Cobra preferiu não fazer nenhum pronunciamento antes de ser oficialmente nomeado para o posto, mas, contente, confirmou ter recebido um convite formal da ministra da Cultura.

Na última segunda-feira, O GLOBO noticiou que produtores culturais e representantes do movimento étnico — entre eles o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) — estavam insatisfeitos com a forma como a FCP vinha lidando com os editais anunciados em novembro pela ministra para promover a cultura negra. Segundo Humberto Adami, presidente do instituto, e Antonio Costa Neto, um de seus assessores, os prazos estabelecidos eram curtos e não havia transparência quanto aos requisitos exigidos aos negros para participar deles.

Diante da celeuma, o MinC faz a troca na presidência da FCP e, a partir desta semana, promove em diversas capitais do país, oficinas para ajudar os futuros proponentes “a entender e adequar sua proposta ao que foi exigido”. Há editais abertos na Funarte, na Secretaria do Audiovisual e na Fundação Biblioteca Nacional. Juntos, eles somam R$ 9 milhões.

 

 

Fonte: Globo

 

+ sobre o tema

para lembrar

Estudantes quilombolas de Candiba são finalistas do Prêmio Criativo da Escola

Protagonizado por estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, localizado...

Roberlaine Ribeiro Jorge é o primeiro reitor negro de universidades públicas do RS

Em ato simbólico ocorrido na tarde de ontem, Roberlaine...

Diáspora negra será tema de nono volume da Coleção África da UNESCO

Reunidos na capital da Etiópia, experts em história africana...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=