Quilombos recebem ações de cidadania em Oriximiná

 

 

Combate à desnutrição, assistência à saúde do homem e da mulher tem sido os principais focos de atenção do projeto Quilombo, desenvolvido pela Mineração Rio do Norte em parceria com a Fundação Esperança e Secretaria Municipal de Saúde de Oriximiná, no oeste paraense.  Os resultados desse trabalho apontam um crescimento no número de atendimentos realizados nos últimos anos, em comunidades com pouco acesso à saúde.

O último relatório do projeto Quilombo aponta um avanço no cenário de atendimentos. Os dados mostram que houve um crescimento na assistência da saúde do homem, resultado das palestras de conscientização e do acesso facilitado. Em 2007, 616 homens procuraram assistência médica e em 2013, esse número cresceu quase 25%. Os dados são animadores e vão ao encontro do trabalho já feito pelo Ministério da Saúde de despertar no público masculino o cuidado com a saúde preventiva.

“A Mineração Rio do Norte através do Projeto Quilombo abre portas para a saúde do homem, trabalhamos na prevenção de doenças como o câncer de próstata, melhoramos a qualidade de vida e proporcionamos o tratamento adequado”, disse Ethel Soares, enfermeira e coordenadora do Projeto Quilombo.

Houve também aumento no atendimento às mulheres, no que se refere aos exames preventivos, ginecológicos, além de trabalhos de conscientização do planejamento familiar. Outras atividades educativas realizadas foram: aleitamento materno, alimentação complementar e higiene. A participação ativa do público é um bom indicativo da eficácia das palestras.

Se por um lado, as mulheres se cuidam, é natural que  as que são mãe também tenham uma atenção maior com a gravidez e cuidado redobrado com as crianças nos primeiros anos de vida. O quadro geral de combate à desnutrição mostra que as ações tem sido de grande valia. Os números de crianças desnutridas decrescem nas comunidades atendidas no Alto Trombetas. No ano de 2012, o índice de desnutrição de crianças entre 0 a 5 anos era de 9.5%. Já em 2013, esse índice caiu para 3,5%. “Identificamos a necessidade de conscientizar as mães quanto à qualidade e quantidade de alimentos oferecidos aos menores, no intuito de melhorar a capacidade gástrica de cada um. Estabelecemos como medida a colher de sopa, assim ficou mais fácil o entendimento da quantidade necessária que cada faixa etária precisa para manter a taxa nutricional satisfatória”, cita Ethel.

Aliado ao esforço da equipe do Projeto Quilombo está o trabalho dos 41 promotores de saúde, agentes treinados para multiplicação e reforço das orientações. O acompanhamento nutricional a essas comunidades é constante. Hoje, cada criança é avaliada no período máximo de dois meses, um índice considerado acima da média, observando-se a dificuldade de acesso à saúde na região do Alto Trombetas.

Por meio do projeto, as comunidades atendidas têm acesso à medicina geral, com exames feitos nas próprias comunidades, a fim de tratar e encaminhar necessidades específicas. Os pacientes ainda recebem medicação gratuita e vacinas contra paralisia e sarampo. Além dessas ações, é realizada a formação de agentes de saúde, para auxiliar nas ações preventivas.

Para Ethel, o Projeto Quilombo representa levar vida e saúde para o povo negro e isolado da Amazônia. “Se nosso trabalho não fosse realizado, acredito que muitos deles não existiriam mais. Essas comunidades têm doenças específicas e precisam de atendimento e cuidados especiais. De outra forma, os resultados não são eficientes. Eu me sinto realizada e vitoriosa por desenvolver esse trabalho”.

O programa beneficia 18 comunidades quilombolas, sendo aproximadamente 3.300 moradores que recebem assistência médica todo mês. A aposta desse trabalho é usar a educação e informação como fonte preventiva de saúde comunitária.

Para a Mineração Rio do Norte, o Projeto Quilombo representa uma contribuição na qualidade de vida da população de sua área de influência e auxílio na gestão de desenvolvimento social. (Ascom MRN)

 

Fonte: O Estado do Tapajós

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