A periferia é pobre ou é empobrecida?

Nesta sexta-feira 16 ocorrerão o lançamento e os primeiros diálogos do II Percurso em Defesa da Diversidade Cultural, puxado por organizações, coletivos e indivíduos que atuam na periferia da cidade. O Percurso vai de agosto a dezembro com duas discussões por mês. O resultado serão oito encontros divididos em quarto temáticas e a elaboração da plataforma Observatório Popular de Direitos.

O primeiro tema será finanças solidárias. A proposta é discutir, entender e tirar estratégias de articulação e sobrevivência na perspectiva da cultura periférica, indígena, dos povos tradicionais e de terreiros. O primeiro encontro será no Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo (CDHEP) e o segundo no CEU Casa Blanca.

Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, a nova classe média, em ascensão há uma década, soma 42 milhões de brasileiros, que corresponde a 48% da renda nacional. A região Sul é a que apresenta maior concentração da nova classe, 64% da população. No entanto é o Nordeste e o interior das grandes metrópoles que lidera o crescimento.

Não há uma pesquisa focada na renda da periferia. Não há uma estimativa de quanto se circula dentro e fora das comunidades. Mas não são necessários dados quantitativos para entender que o produto interno bruto das quebradas se iguala ou ultrapassa o de cidades ou país do mundo.

A evidência está nas estradas e avenidas que atravessa as comunidades. É ai onde se concentram os grandes grupos do varejo, bancos, casas lotéricas, agências de carros, lojas, redes de mercados. Dentro das favelas, também há empresas que geram milhões de lucro: em Paraisópolis, por exemplo, Casas Bahia, Bradesco, Santander, disputam espaço com pequenos comércios. No Rio de Janeiro, assim que foi instalada a Unidade de Policia Pacificadora no Complexo do Alemão, em menos de um mês bancos, empresas de telefonia e de TV a cabo se instalaram no morro.

De fato, o potencial econômico da periferia é desmedido, mas para onde vai toda esta riqueza? Realmente existe a nova classe média? Onde está circulando o dinheiro? É a comunidade que está usufruindo? Ou está concentrando a renda alimentando grandes redes, deixando de consumir em empreendimentos local? A periferia é pobre ou é empobrecida a partir do momento que leva sua riqueza para outras regiões?

O percurso tem como proposta discutir sobre estas e outras questões. Entender como é o ciclo de produção periférica. Como fazer que a renda circule dentro da própria comunidade e próprio povo que gera a renda, desfrute dela.

O percurso também abordará direitos humanos, assistência social, educação e cultura popular. O objetivo é fazer uma análise de conjuntura para avaliar (a partir do resultado desta experiência), as políticas públicas que são “executadas” no município.

Outra proposta é articular diversas ações em rede e potencializar o diálogo entre o governo, organizações e sociedade civil, uma vez que as políticas públicas são, em sua maioria, executadas através de convênios com o foco no mesmo público.

Endereço e contatos
Local do lançamento: Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo (CDHEP), rua Dr. Luís da Fonseca Galvão, 180, CEP 05855-300 – São Paulo – SP. A 100m do metrô Capão Redondo
União Popular de Mulheres e Agência Solano Trindade
F.: (11) 5842.4392 / 2307.7416

Por: Por Joseh Silva

 

Fonte: Carta Capital 

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