Alagoas é o terceiro estado com mais casos de casamento na infância e na adolescência no Brasil.

Por Arísia Barros, Do Cada Minuto

Foto de uma menina de costas, vestindo um vestido largos rosa, em frente a uma janela
(Foto: UNFPA/ Ruth Carr)

O impacto do abandono escolar é bastante mencionado por mulheres que tiveram casamento na infância. Eliane Almeida do Nascimento, 30 anos, é de Piranhas, interior de Alagoas, o terceiro estado com mais casos de casamento na infância e na adolescência no Brasil. Com vontade de sair de casa e ser dona de casa, ela se casou com 13 anos. Na época, seu marido tinha 23 — em média, no casamento infantil, os maridos são nove anos mais velhos que as meninas, segundo a pesquisa “Ela Vai no Meu Barco”. Os pais não aceitaram o casamento. A decisão de abandonar os estudos veio pouco depois do casamento, quando ela estava apenas no 2º ano do Ensino Fundamental (hoje 3º ano). Casada há 17 anos, tem quatro filhos e reflete sobre as várias dificuldades que passou na vida. “Se eu tivesse terminado os estudos e conseguido um bom emprego, talvez eu não passasse por tantos obstáculos’‘, afirma. Mas para concretizar suas vontades, Eliane precisaria de um ambiente propício. E o fato é que ele é bastante falho no Brasil. Segundo o relatório da ONG Save the Children, o país é o pior da América do Sul para se nascer mulher. Entre 144 nações avaliadas, ele ocupa a 102ª posição do Índice de Oportunidades para Garotas, ou seja, é um dos países que mais priva mulheres de oportunidades, impondo barreiras ao seu crescimento e autoestima….

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