Alemães se mobilizam para apoiar refugiados

Movimento ocorre por todo o país e contrasta com os ataques dos grupos neonazis a vários centros de acolhimento. Alemães recebem refugiados com flores, cartazes de boas vindas e aplausos e asseguram o atendimento de suas necessidades básicas. Times de futebol também têm manifestado apoio durante os jogos

Do Revista Fórum

Diante da inação das autoridades alemãs, os cidadãos têm se auto-organizado por meio das redes sociais, como Facebook e Twitter, e criado documentos no Google em que vão fazendo o levantamento das necessidades das famílias de refugiados, que incluem bebês, crianças e doentes e se encontram nos centros de acolhimento provisórios espalhados pelo país.

Estas estruturas não têm, em muitos casos, as condições mínimas para os receber e a distribuição de bens essenciais como água, comida e roupa e é uma das principais preocupações daqueles que acabam por substituir o Estado alemão no que diz respeito ao apoio aos milhares de refugiados que continuam a chegar ao país.

De fato, os inúmeros voluntários ouvidos pelo eldiario.es defendem que o Estado “está intervindo de forma insuficiente”.

Além da distribuição de bem essenciais, projetos na internet para acolhimento de refugiados em casas particulares, como o “Refugiados bem vindos”,  têm atingido adesão massiva.

Também os médicos têm se mobilizado para assegurar a assistência aos refugiados.

Em declarações ao diário Hamburger Blatt, o presidente da Ordem dos Médicos da Alemanha, Ulrich Montgomery, advertiu que nas instalações de emergência reina o caos e que o serviço público de saúde não conta com os recursos necessários para momentos de crise como este.

Sublinhando que a carência de assistência aos refugiados não só representa riscos para a saúde dos mesmos como para a saúde pública, Montgomery destacou que “é inaceitável que num país rico como a Alemanha seja necessário esperar três meses por uma revisão médica para aclarar casos de tuberculoses, uma doença muito perigosa e de alto contágio”.

As mensagens de solidariedade reverberam por todo o país, inclusive nos estádios de futebol. No último final de semana, o Borussia Dortmund levou 220 refugiados ao estádio para que assistissem ao jogo contra o Odds Ballklubb.

 

+ sobre o tema

Fome extrema aumenta, e mundo fracassa em erradicar crise até 2030

Com 281,6 milhões de pessoas sobrevivendo em uma situação...

Presidente de Portugal diz que país tem que ‘pagar custos’ de escravidão e crimes coloniais

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na...

O futuro de Brasília: ministra Vera Lúcia luta por uma capital mais inclusiva

Segunda mulher negra a ser empossada como ministra na...

Desigualdade ambiental em São Paulo: direito ao verde não é para todos

O novo Mapa da Desigualdade de São Paulo faz...

para lembrar

O eco de um silêncio pesado toma lugar das pessoas

Quem caminha pelas grandes cidades europeias nos últimos dias...

Após Malafaia, Feliciano adere à onda Marina

Deputado Marco Feliciano, do PSC, sugere que Everaldo, do...

Investir em diversidade é meta de 97% das empresas brasileiras para 2021 

A pauta de diversidade e inclusão (D&I) corporativa surgiu...

Nordeste se levanta contra redução da maioridade

Os governadores do Nordeste divulgaram uma carta aberta ao...

Foi a mobilização intensa da sociedade que manteve Brazão na prisão

Poucos episódios escancararam tanto a política fluminense quanto a votação na Câmara dos Deputados que selou a permanência na prisão de Chiquinho Brazão por suspeita do...

MG lidera novamente a ‘lista suja’ do trabalho análogo à escravidão

Minas Gerais lidera o ranking de empregadores inseridos na “Lista Suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A relação, atualizada na última sexta-feira...

Conselho de direitos humanos aciona ONU por aumento de movimentos neonazistas no Brasil

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, acionou a ONU (Organização das Nações Unidas) para fazer um alerta...
-+=