Após um ano e meio fechado, Museu da Diversidade Sexual anuncia reabertura para semana da Parada do Orgulho LGBT+ de SP

Enviado por / FontePor Aline Freitas, do G1

Em primeira mão, o g1 visitou o espaço que será reaberto ao público no dia 29 de maio. As duas novas exposições relembram a trajetória LGBTQIA+ ao longo da história do Brasil e reivinidicam o fim da violência contra pessoas trans.

Depois de ser interditado para reformas por cerca de um ano e meio, o Museu da Diversidade Sexual, no Centro de São Paulo, vai reabrir em 29 de maio, dia que antecede a Parada do Orgulho LGBT da capital.

As reformas aumentaram o espaço – que fica na estação República das linhas 3-Vermelha do Metrô e 4-Amarela da ViaMobilidade – de 100 m² para 500 m². Com essa nova metragem, o acervo do museu também pôde ser ampliado e conta, agora, com duas exposições que estarão em cartaz na reabertura.

O g1 visitou o local com exclusividade uma semana antes da reinauguração e conferiu as mostras: “Pajubá: a hora e a vez do close” e “Artes Discidentes: o céu que brilha no chão”.

Pajubá: a hora e a vez do close

Exposição “Pajubá: a hora e a vez do close”, em cartaz na reabertura do Museu da Diversidade Sexual — Foto: Divulgação MDS

Em referência à linguagem “secreta” da comunidade trans, a exposição retoma a vivência de personagens LGBTQIA+ na história do Brasil.

Entre fotografias, livros, quadros, recortes de jornal e até vestidos feitos de camisinha, a mostra retrata como a relação da sociedade com a comunidade mudou ao longo dos anos.

A previsão é que as obras fiquem em exposição por um ano e meio depois da reinauguração do local.

Artes Discidentes: o céu que brilha no chão

Exposição de curta temporada – “Artes Dissidentes: o céu que brilha no chão” – que estará em cartaz na reabertura do Museu da Diversidade Sexual — Foto: Divulgação/MDS

Com curta temporada no museu, a exposição invoca a luta contra o preconceito e dà luz a artes e presenças LGBTQIA+ nas ruas do país.

As obras incluem lambe-lambes e vídeo representativos, que focam na presença da comunidade no dia a dia.

Obras, fechamento e demissões

A reforma do espaço expositivo do museu começou em novembro de 2022 e só foi concluída neste mês. Durante a visita para conhecer o novo espaço, os funcionários relataram que, em um primeiro momento, acreditaram que o local seria reaberto ainda no ano passado.

O motivo do atraso, segundo eles, foi que as obras só poderiam ser feitas nos horários em que o metrô não funciona – da 0h às 4h40.

Contudo, enquanto o espaço principal do museu estava fechado, exposições menores eram exibidas no espaço de empreendedorismo, que também é de administração do MDS. Eventos como o “rolezinho” – caminhada por lugares importantes na história da comunidade LGBTQIA+ -, um cineclube e um clube do livro também aconteciam no espaço.

Além da demora maior do que o previsto para a reabertura, a instituição também sofreu abalos no seu quadro de funcionários. No começo de março, o g1 noticiou a demissão de quase metade do quadro de funcionários do Museu da Diversidade Sexual – que ainda estava em obras e se preparando para a reabertura.

urn:uuid:fa405a19-0f78-4fa6-8d3b-74cdf8e3afa2

Na época, tanto a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo quanto o museu afirmaram que se tratava de uma “reestruturação” e que novos profissionais seriam contratados.

“De fato, o museu passou por essa redução no quadro de funcionários, mas estamos em fase de recontratação de grande parcela da equipe que foi desligada. Já conseguimos recompor toda a equipe do educativo, que vai abrir as portas para o público a partir do dia 29. Provavelmente em junho ou julho, nós estaremos contratando mais quatro pessoas”, afirmou Tony Boita, gerente de conteúdo da instituição.

Serviço

Museu da Diversidade Sexual

  • 🗓️Quando? De terça-feira a sábado, das 10h às 18h (a partir de 29 de maio)
  • 📍Onde? Metrô República | Praça da República, 299 – República
  • 💲Quanto? Grátis

*Sob supervisão de Paula Lago

**Esta reportagem utilizou a sigla “LGBT+” sob orientação da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT – SP).

+ sobre o tema

Julho das Pretas: celebração e resistência

As mulheres negras brasileiras têm mais avanços a celebrar...

Quando uma feminista descobre que vai ser mãe – Por: Adriana Mattoso

Muitos podem dizer que já previam isso. Eu não....

12 mulheres que fizeram história ligando o foda-se

Modelos de vida. Por Hannah Jewell Do Buzz Feed 1. Elizabeth Blackwell...

Tribunal permite que Lei Maria da Penha seja aplicada para mulheres trans

A 9º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de...

para lembrar

Patrioska: o fenômeno do machismo dentro do machismo

Venho fazendo anotações a respeito da discussão que vem...

Pesquisas buscam definir estilo e parentescos culturais da escritora Carolina Maria de Jesus

Pesquisas buscam definir estilo e parentescos culturais da escritora...

Parlamento do Uruguai aprova direitos a transexuais

A Câmara de Deputados do Uruguai aprovou, em decisão histórica, a...
spot_imgspot_img

Prêmio Faz Diferença 2024: os finalistas na categoria Diversidade

Liderança feminina, Ana Fontes é a Chair do W20 Brasil, grupo oficial de engajamento do G20 em favor das mulheres. Desde 2017, quando a Austrália sediou...

Dona Ivone Lara, senhora da canção, é celebrada na passagem dos seus 104 anos

No próximo dia 13 comemora-se o Dia Nacional da Mulher Sambista, data consagrada ao nascimento da assistente social, cantora e compositora Yvonne Lara da Costa, nome...

Mulheres recebem 20% a menos que homens no Brasil

As mulheres brasileiras receberam salários, em média, 20,9% menores do que os homens em 2024 em mais de 53 mil estabelecimentos pesquisados com 100...
-+=