As memórias de indígenas do Brasil eternizadas para as futuras gerações… na Noruega

Num país em que o extermínio do seu povo e da sua história já foi naturalizado, o Museu da Pessoa leva para um arquivo mundial digital a história de algumas lideranças dos povos originais.

Por que não aprendemos nada com nossas tragédias?

Por KAREN WORCMAN, Do El País

Foto antiga que mostra indígenas sentados em troncos de arvores.
Povo Krenak. ACERVO PLINIO AYROSA /USP PIB SOCIOAMBIENTAL)

 

2019 é, segundo a ONU, o ano internacional das línguas indígenas. A justificativa é de que as línguas importam para o desenvolvimento, a construção da paz e a reconciliação. Por incrível que pareça, começamos, no Brasil, esse mesmo ano com um governo eleito que nega a legitimidade das demarcações das terras indígenas no Brasil e com a tragédia de Brumadinho, que repetiu Mariana, ao descarregar resíduos de minério sobre cidades, rios e campos, matando pessoas e todo tipo de vida aquática e terrestre. 2019 pode também ser chamado, no Brasil, de Ano do Esquecimento, pois, ironicamente, as terras de Brumadinho e Mariana são as mesmas terras do povo Krenak, conhecidos como os botocudos, que quase foram exterminados por D. João VI, assim que pôs os pés no Brasil.

“Tudo quanto era botocudo encontrado transitando pelos caminhos, acampado ou aldeado, podia ser morto. Se o camarada que capturasse ‘nossos parentes’ apresentasse um par de orelhas, ganhava 2 mil réis. Se apresentasse 4 pares de orelha, ganhava uma grana legal. Então, tinha gente que passava a vida só cortando a cabeça de botocudo e entregando orelha no regimento militar, no quartel e ganhando recompensa”, foi o que contou Ailton Krenak, liderança indígena reconhecida mundialmente, em entrevista registrada pelo Museu da Pessoa, em 2007.

Leia a matéria completa em El País 

 

 

+ sobre o tema

Escolher o vivido

Quando se conheceram, ela tinha treze, ele dezesseis anos....

Estatuto do Nascituro: mulheres são apenas um vaso de planta – por Sakamoto

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara...

Total de pobres deve cair à metade no Brasil até 2014

Ritmo de redução da pobreza se acelera por conta...

para lembrar

Tráfico, favelas e violência (2)

    A política de segurança adotada por...

Projeto de prevenção ao trabalho escravo forma turmas no Maranhão

Nesta quinta-feira, dia 29 de março, a AlfaSol, em...

Para presidente de CPI, escravocratas têm assento no Congresso

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do...

‘Brasil forjado na ditadura representa Estado de exceção permanente’

Para professores, filósofos e defensores de direitos humanos,...
spot_imgspot_img

O marco temporal é inconstitucional, nosso território é ancestral

O Brasil é terra indígena, mas o futuro dos povos indígenas do Brasil está em jogo com o marco temporal. A tese está em tramitação no Supremo Tribunal Federal...

Confira a lista das selecionadas para curso sobre direitos humanos, gênero, raça e política

Geledés inicia nesta quarta-feira (17) o curso "Direitos humanos, gênero, raça e política" dedicado a mulheres negras, a fim de capacitá-las para identificar, analisar...

Brasil reconhece violação de direitos e se desculpa com quilombolas

O Estado brasileiro reconheceu que violou direitos de prioridade e de proteção jurídica de comunidades quilombolas durante a construção do Centro de Lançamento de...
-+=