A cidade de São Paulo receberá a 27ª Parada do Orgulho LGBT+ neste domingo (11), que será realizada na Avenida Paulista. A concentração para o evento começa às 10h.
Com o passar dos anos, o termo LGBT (que engloba Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero) foi ganhando variantes para incluir outras formas de representação de orientação sexual e identidade de gênero.
Com tantas letras, o entendimento da sigla pode ser difícil para quem não tem familiaridade com o tema. “Quanto mais complexo a sigla, ela menos vai ser compreendida por um público maior”, disse a professora Evorah Cardoso, da ONG VoteLGBT+. Além das letras, cada grupo dentro da comunidade possui uma bandeira que o representa.
O ativista Toni Reis, membro do Fórum Nacional de Educação e da Aliança Nacional LGBTI+, acrescenta que, apesar da importância dessa representatividade, a melhor saída não é apenas classificar grupos, uma vez que pode colocar essas categorias em “aquários”, ao invés do “oceano”.
“Tem uma frase que diz que a sexualidade é um oceano. Nessas palavrinhas, você acaba colocando as pessoas em aquários. Eu preciso que a gente quebre os aquários.”
A CNN conversou com especialistas e separou uma lista com as principais bandeiras do movimento LGBTQIA+, assim como seus significados.
Bandeira do Orgulho LGBTI+
A tradicional e mais conhecida bandeira do movimento LGBTQIA+, é representada com seis faixas horizontais, cada uma de uma cor, formando um arco-íris. Cada uma dessas cores possui um significado próprio.
O vermelho representa a vida; o laranja, a saúde; o amarelo, o sol; o verde, a natureza; o azul, a arte; e o roxo, o espírito.
A bandeira foi criada em 1978 por Gilbert Baker e usada pela primeira vez na Gay and Lesbian Freedom Day March.
Bandeira do Orgulho Lésbico
A bandeira do Orgulho Lésbico foi criada contendo sete tons diferentes de rosa, com cada um expressando um significado diferente.
A bandeira traz a ideia de feminilidade, amor, paz, serenidade, comunidade e independência.
Bandeira do Orgulho Bissexual
A bandeira do Orgulho Bissexual foi criada por Michael Page em 1998.
A explicação das cores traz a ideia de transição e mistura, com a faixa roxa intermediando o rosa e o azul.
“A chave para compreender o simbolismo da bandeira do orgulho bi é saber que a faixa roxa cria uma transição suave entre as faixas rosa e azul, assim como no ‘mundo real’ os bissexuais se misturam suavemente tanto com as comunidades gays e lésbicas como com as comunidades heterossexuais”, disse Page.
Bandeira do Orgulho Intersexo
Um pouco mais recente, a bandeira do Orgulho Intersexo foi criada pela Organização Internacional Intersexo, na Austrália, em 2013.
Pessoas intersexuais nascem com características sexuais — incluindo genitais, padrões cromossômicos e glândulas, como testículos e ovários — que não se encaixam nas noções binárias típicas de corpos masculinos ou femininos. A bandeira foi feita com um círculo roxo ao centro e um fundo amarelo.
Segundo a organização, “o círculo não tem quebras ou ornamentos, representando a inteireza, a completude e nossas potencialidades. Nós ainda lutamos por autonomia corporal e integridade genital, e isso simboliza o direito de sermos quem e como nós quisermos”.
Bandeira do Orgulho Pansexual
Pansexual é a pessoa que sente atração por outras, independentemente do sexo, não se limitando a masculino e feminino, ou a uma orientação específica.
A bandeira possui uma faixa azul, que representa a atração por homens, uma faixa rosa, que representa a atração por mulheres, e uma amarela, que representa a atração por pessoas que se identificam como sem gênero, de ambos os gêneros ou de um terceiro gênero.
Bandeira da Polissexualidade
A polissexualidade é uma identificação de quem sente atração sexual por mais de um gênero, mas não por todos.
A terminologia se difere da panssexualidade uma vez que “poli” quer dizer muitos, e “pan” significa todos.
A bandeira possui três faixas, uma rosa, que representa quem se identifica como mulher; uma verde, que representa atração por vários gêneros; e uma azul, que representa pessoas que se identificam com o masculino.
Bandeira do Poliamor
A bandeira do Poliamor foi desenhada em 1995, por Jim Evans, e é representada com uma faixa azul, uma vermelha e uma preta.
O azul representa a abertura e honestidade entre todos as pessoas parceiras; o vermelho representa a paixão; e o preto representa solidariedade com quem esconde seus relacionamentos devido a pressões sociais.
Poliamor representa várias formas de relacionamentos, sexuais ou não, não-monogâmicos.
Bandeira de Gênero Não-Binário
Pessoas não-binárias possuem identidade de gênero que flui entre os gêneros masculino e feminino.
A faixa amarela na bandeira está fora do conceito binário de gênero; o branco são pessoas de muitos gêneros; o roxo é a fluidez e multiplicidade das experiências de gênero, enquanto o preto representa o agênero.
Essa bandeira foi criada por Kye Rowan, em 2014.
Bandeira do Orgulho Arromântico
A primeira Bandeira do Orgulho Arromântico foi criada em 2011, com a atual versão datada de 2014. A pessoa arromântica é aquela que sente pouca ou nenhuma atração romântica por outros indivíduos.
A bandeira arromântica é composta por cinco faixas: duas faixas verdes, uma faixa branca, uma faixa cinza e uma faixa preta.
As duas faixas verdes significam o espectro arromântico, a faixa branca significa o amor platônico e relacionamentos, a faixa cinza representa todos os espectros da sexualidade humana, enquanto a faixa preta representa a aromaticidade estrita.
Bandeira do Orgulho das Pessoas Trans
A bandeira do Orgulho das Pessoas Trans foi criada em 1999 por Monica Helm.
As duas faixas azuis nas extremidades representam os homens trans, enquanto as faixas em rosa-claro simbolizam as mulheres trans.
Já a faixa branca no centro da bandeira representa o intersexo, pessoas em transição, gênero neutro ou sem gênero definido.
Bandeira da Demisexualidade
Pessoas demisexuais são aquelas que necessitam de uma conexão mais profunda com quem vão se relacionar, buscando um vínculo emocional para sentir atração.
O triângulo preto representa a assexualidade; a listra branca representa a sexualidade na bandeira demisual e “parceiros não assexuais e aliados”; o roxo representa o conceito de comunidade; e o cinza, a demisexualidade.
Bandeira do Orgulho Genderqueer
A bandeira do Orgulho Genderqueer foi criada em 2010 por Marilyn Roxie, e consolidada dois anos depois. Genderqueer é um termo em inglês para pessoas que não se enquadram somente ao gênero masculino ou feminino, podendo expressar características de um ou nenhum delas.
Possui três faixas: a primeira, na cor lavanda, representa a androginia (termo utilizado para designar pessoas com traços físicos tanto masculinos, quanto femininos).
A faixa branca representa a neutralidade de gênero e a verde, as identidades para além do sistema binário.
Bandeira do Orgulho Assexual
A bandeira do Orgulho Assexual foi criada em 2010 pela Asexual Visibility and Education Network (Aven).
Assexual é a pessoa que não possui atração sexual por outras pessoas, independentemente do gênero.
Das quatro faixas horizontais, a preta representa a assexualidade; a cinza simboliza a área entre ser sexual e assexual; a branca representa o
desejo sexual; e a faixa roxa representa a comunidade.
Bandeira da Ageneridade
Agênero, basicamente, é aquela pessoa que não se identifica com nenhum gênero, ficando, assim, no guarda-chuva não binário.
A bandeira contém faixas horizontais em preto, branco e verde, sendo que o preto e o branco simbolizam a ausência de gênero e o verde os gêneros não-binários.
Bandeira Urso
A bandeira da comunidade Urso foi criada por Craig Byrnes, em 1995.
Pode ser caracterizada como uma subcultura da comunidade gay, que engloba uma tendência de pessoas que mantém pelos corporais e faciais.
Em geral, essa comunidade conta com a forte presença de homens gays ou bissexuais.