Deputado diz que Veja era cúmplice de Cachoeira e pede investigação sobre a revista

Para Fernando Ferro, elo entre revista e bicheiro configura “associação para o crime”

 

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) defendeu nesta segunda-feira (7) que a CPI do Cachoeira investigue também as ligações do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal, com jornalistas da revista Veja, publicada pela editora Abril.

— A sociedade exige o esclarecimento dessas relações. Não tenho dúvida de que o caminho correto é ouvir todos os citados [nas investigações], independente de que partido for, de que interesse empresarial for, de que segmento for. É bom para a democracia. Todos os atores do processo devem ser ouvidos e devem colaborar com o esclarecimento dessas denúncias.

Escutas feitas pela PF com autorização da Justiça indicam que o contraventor, apontado como líder de uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás, usava contatos na revista para plantar notícias contra adversários políticos. Um dos interlocutores de Cachoeira seria Policarpo Júnior, diretor da Veja em Brasília.

Para Ferro, que concedeu entrevista à Record News, as evidências colhidas pela polícia ao investigar Cachoeira são suficientes para levar Policarpo à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que trata dos negócios do bicheiro. Outro nome a ser convocado, segundo ele, é Roberto Civita, dono do Grupo Abril.

— Os dois deverão ser ouvidos, até porque alguém estava cumprindo ordens para alguém. Não acho que isso seja feito apenas pela criatividade ou pela ânsia jornalística do Policarpo. Essa matéria atendeu a interesses jornalísticos, empresariais e políticos. Por isso, é necessário ouvir [os representantes da Abril].

O deputado também contestou o argumento usado por alguns jornalistas e pela direção da revista para defender os profissionais da Veja — de que manter relações com uma pessoa suspeita de cometer delitos, como Cachoeira, não é crime.

Na opinião de Ferro, o elo entre a revista e o contraventor vai muito além de uma mera colaboração. Ele disse ver sinais de uma “associação para o crime”.

— A revista veja tem proporcionado uma sequência de denúncias que vem [desde] há bastante tempo, e curiosamente quase todas essas reportagens têm como colaborador mais contundente o senhor Cachoeira. Fazer 200 ligações para um criminoso deixou de ser uma simples colaboração. Passou a ser uma ação de cumplicidade.

 

 

 

Fonte:  R7

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