Elza Soares: ‘Qualquer coisa que cantamos hoje parece protesto

“Rapaz, estamos vivendo um momento tão difícil que qualquer coisa que cantamos parece protesto”, desabafa Elza Soares em entrevista ao Virgula, e continua sobre o momento político que o Brasil passa: “A gente só está querendo um país melhor, mais abençoado e ético”. A resposta veio ao ser questionada sobre a ligação das músicas de A Mulher do Fim do Mundo (que trata de assuntos como a violência contra a mulher, por exemplo) com a atual situação do país.

 Por  Itaici Brunetti, do Virgula 

O aclamado álbum, o primeiro de inéditas de Elza, está ganhando edição em vinil este mês e conquistou o Brasil e o mundo com incontáveis premiações, somando duas indicações ao Grammy Latino 2016. Foi um dos maiores sucessos do ano passado, quando foi lançado. “Não me diga que foi. Ainda está sendo um grande sucesso, graças a Deus”, retruca a cantora, e enaltece: “Desde o começo eu sabia que seria um álbum bom, mas não esperava tanto. Ele está me fazendo muito feliz”.

Para celebrar a chegada do formato ‘oldschool‘ (e tão em alta) do álbum, a cantora fará três shows especiais dias 27, 28 e 29 de outubro no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Especiais porque as apresentações contarão com participações do ícone da mpb indie Rubi, e a nova sensação da soul music e samba rock, Liniker. “Adoro os dois. Será um prazer tê-los no palco. Acho o Rubi uma coisa de louco”, diz ela.

Falando em shows, no palco Elza é elevada como uma deusa. Sentada em um trono e com músicos à sua volta, a apresentação dá a impressão de um ser superior presente. “A mensagem que passamos no palco é a de uma Rainha que está ali. Esse formato também é muito bom por causa da minha coluna, pois fico sentada o tempo todo. Foi a melhor solução que encontramos”, revela a cantora, que se apresentou no último fim de semana na edição de Paraty do MIMO 2016, e saiu ovacionada do Centro Histórico da cidade.

Elza chega aos 79 anos (embora alegue que não tem uma idade certa) com o status de diva da música brasileira e ícone dos jovens por levantar a bandeira de gays, negros e do feminismo.”Eu acho é bom [esse status]! Eu sou muito simples. Então, acho que eu faço por merecer uma coisa boa dessas. É uma recíproca, uma coisa verdadeira, sabe? Qualquer pessoa no meu lugar estaria orgulhosa”, finaliza ela, divando.

 

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