Empresário e médica são acusados por racismo e agressão contra turista em pub

Um caso de racismo e agressão física contra uma turista, que passava o feriado prolongado em Cuiabá, vem sendo compartilhado por meio de uma postagem no Facebook por dezenas de internautas

Por André Garcia Santana, do Ceert

A vítima Juliana Souza / Foto: Reprodução

De acordo com a publicação, a mulher, identificada como Juliana Souza, teria sido chamada de macaca por um casal sentado próximo a ela e seus primos em um pub da cidade. Ao sair do banheiro, foi atingida por um soco desferido pelo homem, e teve os cabelos puxados por sua companheira.

Caída no chão, ouviu da suspeita, supostamente uma médica, que não deveria estar ali, sendo chamada novamente de macaca e escrava. “Tá achando ruim ser chamada de negra?! é o que você é, e tem que passar chapinha no cabelo!!!” A situação teria sido apartada por seguranças, que também foram chamados de macacos e agredidos pelo empresário que a acompanhava.

Na postagem, feita por uma colega de trabalho da vítima, é narrado ainda que um boletim de ocorrência foi registrado e que apenas o homem foi preso, tendo sido liberado dois dias depois, após pagar fiança de R$ 8 mil reais.

Confira a íntegra da publicação:

Com autorização de minha colega de trabalho, Juliana Souza, publico as fotos e conto, resumidamente, a história destes hematomas no rosto dela:

Feliz da vida ela foi passar o feriado prolongado na casa de parentes em Cuiabá-MT. Na sexta, 17/06, foi com os primos se divertir em um “pub” da cidade. Em uma mesa, um pouco distante da sua, percebeu um casal, e notou que a mulher a chamava de macaca, o que era perfeitamente perceptível pelo movimento labial…Juliana é negra…Continuou na sua, embora não gostando nada daquela provocação absurda, gratuita, que persistia …Chegou ao ponto de alguém da mesa deles ir até Juliana pedir desculpas…

Em dado momento quando ela foi ao banheiro, ao retornar, foi atacada pelo namorado da moça, com um soco no rosto! Já no chão, surpreendida com a agressão repentina, sentiu-se arrastada pelos cabelos e viu que era a moça que o fazia, enquanto gritava: “VOCÊ NÃO TEM QUE ESTAR AQUI, SUA MACACA, ESCRAVA, VAI PRA SENZALA! TÁ ACHANDO RUIM SER CHAMADA DE NEGRA?! É O QUE VOCÊ É, E TEM QUE PASSAR CHAPINHA NO CABELO!!!”…

Os seguranças interviram, e também negros, foram chamados de macacos e agredidos pelo rapaz(grandalhão e muito forte). Um deles precisou levar pontos na testa…A policia foi chamada, levou o rapaz preso, no CAMBURÃO, a moça nao foi levada, por conta da parcialidade de um dos policiais…(Ele gritou que pagaria propina e não ficaria preso)

Juliana fez exame de corpo de delito, abriu um BO e contratou advogado…Tudo registrado, agora é esperar por justiça, que, se vier, não apagará a agressão que sofreu na sua dignidade, na sua HUMANIDADE, na sua alma…

O “rapaz”, pagou fiança, em torno de oito mil reais, e foi solto 19/06…
Nem Juliana, nem os primos entenderam a razão de tanta violência…Era visível o quanto o casal estava alterado, não se sabe se por ingestão de alguma bebida ou drogas…Nada justifica!

Eis os personagens desta triste, revoltante e vergonhosa história:
– A VÍTIMA – Juliana – Pedagoga – Pos Graduação em Psicopedagogia -Excelente profissional – Professora da Rede Pública
– O AGRESSOR – O “rapaz” – Empresário Rico
-A AGRESSORA – A “moça” – Médica e professora em uma universidade de Cuiabá

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