Grupo questiona prefeitura de SP sobre abertura de Centro de Referência para Mulher

O movimento de mulheres “Abra os olhos companheiras” está questionando a prefeitura sobre a abertura, em Guaianases, de um novo Centro de Referência para a Mulher, que trata de casos de violência doméstica.

Segundo elas, a prefeitura anunciou a implantação de um novo centro a poucos metros de onde já existe um há oito anos. Além disso elas questionam o uso do dinheiro público, a falta de transparência da licitação e o porquê de não construir o centro em uma região da cidade que seja carente nesse tipo de atendimento.

— O edital já saiu pronto, não houve licitação. A Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) tem uma parceria com ONGs e elas, nesses casos, tem que apresentar propostas para ‘tocar’ o projeto. O fato de nenhuma Organização ter apresentado proposta revela o quanto as decisões do executivo municipal são tomadas de forma alheia à sociedade civil e significa que o serviço não tem previsão para ser executado, conta Fabiana Pitanga, membro do movimento.

Segundo o movimento, o fato mais greve, porém, é o de uma casa ter sido locada sem ter a execução de um serviço público e já ter dotação orçamentária para reforma com um valor de R$ 124 mil, realidade que não ocorre em nenhum serviço da mesma natureza executado e já conveniado com a prefeitura. No Diário Oficial é possível observar também que a prefeitura já está pagando ao locador um aluguel de mais de R$ 2.000, valor que o movimento considera alto.

— Queremos saber porque esse dinheiro todo já está investido e porque não fazem um centro, por exemplo, no Itaim Paulista, região que é sabido a carência que tem nesse tipo de serviço assim como alto número de casos de violência doméstica, frisa Fabiana.

No dia 04, foi realizada uma reunião na SMADS com uma representante do movimento, um da vereadora Juliana Cardoso (PT), um do vereador Carlos Neder (PT) e a assessora da vice-prefeita Alda Marco Antonio, Ângela Demarchi.

De acordo com Fabiana, nada foi esclarecido ao movimento. Ângela teria dito apenas que Guianases tem demanda para o serviço. Ela ainda teria dito que “o serviço será implantado quer vocês concordem ou não”, tendo se retirado da reunião logo depois.

A reportagem do SPressoSP entrou em contato com a assessoria de imprensa da SMADS, que disse desconhecer qualquer fato relacionado a criação de um Centro de Referência para as Mulheres em Guaianases, apesar do fatos já constarem no Diário Oficial.

Fonte: Correio do Brasil

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