Julho chegou e com ele o movimento Julho das Pretas, que trabalha ao longo do mês temas importantes e necessários relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça. No Piauí, o programa Piauí de Riquezas trouxe três mulheres negras que produzem conteúdo sobre a data e sua importância.
O mês foi escolhido porque no dia 25 se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha, de acordo com o Instituto da Mulher Negra – Odara.
Loja virtual
A cientista social e empreendedora, Joana Vitoria, há seis meses, cria conteúdo para sua página na internet, Preta Potência, abordando curiosidades, histórias e diversos assuntos sobre pessoas negras do Brasil e do mundo, que segundo ela, não se aprende na escola.
Há pouco mais de um mês ela vende tecidos e ensina como usar turbantes na cabeça. Vale lembrar que essas peças, mais do que um acessório estético, representam também um símbolo da resistência da cultura negra, reafirmação e resgate da identidade. Sua loja de tecidos também é virtual e se chama Ori Ayaba.
“Ori é aquilo que a gente chama de cabeça, a gente também pode considerar como se fosse nosso orixá pessoal, aquele que nos guia, aquele que a gente sempre deve cultuar bem ele. E o Ayaba é relacionada a rainha”, explicou Joana.
Podcast Debaixo do Cajueiro
O podcast ‘Debaixo do Cajueiro’, idealizado e apresentado por Clara Bispo, estudante e produtora de conteúdo, e Elanny Silva, cientista social e produtora de conteúdo, nasceu em 2020 e tem 27 episódios. O nome foi escolhido de forma especial pelas duas mulheres que o compõe.
Segundo Elanny, inicialmente, o programa de áudio servia para elas colocarem seus pensamentos e diálogos de acordo com a perspectiva da mulher negra e suas vivências.
Com o passar do tempo, o podcast virou uma rede social de apoio e compartilhamento de histórias dentro da comunidade negra. Para as apresentadoras o mais importante era compartilhar e acolher outras mulheres negras nordestinas.
“Então a gente falou sobre vozes, de como foi a nossa vivência relacionada ao nosso tom de voz, a forma como a gente se colocava dentro das nossas rodas, a gente foi falar sobre os nossos corpos, sobre os nossos cabelos, falamos sobre transição capilar, assuntos que de certa forma estavam em comum com a nossa comunidade. Então esse ‘Debaixo do Cajueiro’ foi se formando rede social que foi meio que um aconchego, onde a gente está colocando essas ideias, então era tudo muito fluido, muito natural”, afirmou Elanny.