Lideranças religiosas se unem contra o preconceito

No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) ficou repleto de adeptos de diversas matrizes para, além de render homenagens a líderes religiosos de Salvador, provocar discussões sobre a liberdade de crença.

A data ficou marcada pela morte da ialorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda, que virou alvo de ataques em uma edição do jornal Folha Universal, publicado pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), em 1999, ano anterior ao do falecimento da religiosa.

Entre os quatro líderes religiosos homenageados, somente o padre Gaspar Sadoc, por motivo de saúde, não compareceu ao evento. Os demais fizeram-se presentes como a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, o médium e líder espírita José Medrado e o pastor evangélico Djalma Torres.

Aos 86 anos, Mãe Stella levantou a plateia ao entoar um cântico em idioma yorubano. “O trabalho deve durar até todos se conscientizarem de que o respeito às diferenças precisa ser cumprido”, disse.

Para José Medrado, a abordagem sobre a intolerância precisa sair do discurso. “Os líderes religiosos devem servir de exemplo para quebrar esse processo, já que a prática intolerante é cometida pelos seguidores”, avaliou.

Segundo o pastor Djalma, como evangélico, não tem sido fácil levantar a bandeira da igualdade. “Tenho dito que somos filhos do mesmo pai, Deus. Portanto, não há espaço para o preconceito”, pregou.

Poder público – Autora do Projeto de Lei 6.464/04, que instituiu o marco para o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, a ouvidora-geral da Câmara de Vereadores, Olívia Santana (PC do B), disse estar realizada com o caminho que Salvador trilha para o respeito às diferenças de culto.

“É um dia que fortalece a causa da paz e da boa convivência entre os inúmeros segmentos de fé, uma vez que diversidade religiosa é um direito assegurado pela Constituição”, afirmou a vereadora.

A proposta municipal foi levada ao Congresso pelo deputado federal Daniel Almeida (PC do B), convertendo-se na Lei 11.635/07, que demarca a data no Calendário Cívico da União. “O que demonstra uma estreita cooperação na defesa dos direitos humanos, sobretudo”, concluiu o procurador-geral da República Domênico Espinheira.

 

 

Fonte: A Tarde

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