Ludmilla destaca referências negras na música: ‘Elza Soares e Alcione são símbolos’

Prestes a lançar seu segundo disco, Ludmilla marca território como referência do empoderamento negro no Brasil, principalmente na música. Em entrevista nos bastidores doEncontro com Fátima Bernardes, a cantora levanta a bandeira: “sinto que tenho de continuar fazendo esse papel representativo e queria que mais artistas negros surgissem e no topo das paradas”, reflete a cantora. “Elza Soares e Alcione são símbolos, mas precisamos sempre atualizar a luta”, completa a funkeira.

Ludmilla tem noção de que está no caminho certo, e não à toa que é um fenômeno da música pop nacional. “Mostro para o público que eles podem ser quem eles quiserem e essa linha que eu pretendo manter”, afirma ela que recém lançou “Bom”, seu novo single.

A nova música anuncia o sucessor de “Hoje” (2014), que será lançado em agosto. “Podem esperar uma Ludmilla diferente de tudo que vocês já viram. Vai ser um disco muito pra cima, animado e música para todos os gostos”, adianta. “Bom” foi só um aperitivo, o diferencial dançante do álbum que está por vir.

“Só ‘Bom’ tem essa pegada, com ‘flow’ mais acelerado, mas todas as músicas se comunicam pela base do funk”, explica Lud que se inspirou no hip-hop e charme. “Os sons que tocam no Viaduto de Madureira marcam presença”, acrescenta dando mais pistas.

Eclética, a ex-MC convocou o sertanejo Gusttavo Lima, o gringo Jeremih e o rapper Filipe Ret para participar do álbum. “Cada um deles tem o seu valor dentro do disco e uma faixa tem uma riqueza diferente da outra e assim dão brilho ao trabalho.”

A mudança de visual nunca foi um problema para Ludmilla. Além do cabelo, que frequentemente transforma, a artista contou no Encontro a motivação para fazer intervenção cirúrgica. “Vi o corpo de alguém na televisão e falei: ‘Olha a cintura dessa menina. Que bafo!'”.

Ludmilla lembrou, para surpresa de Fátima e dos convidados, que fez show logo após passar por lipoaspiração. “Eu fiz a lipo num dia e no outro estava em Fortaleza fazendo show, toda ‘lipada’, toda apertada no palco. Toda enfaixada”, afirmou ela, que ‘só assim conseguiria fazer o procedimento’.

+ sobre o tema

Pioneiro, Nelson Triunfo enfrentou ditadura para dançar break na rua

Pioneiro do break no Brasil, o artista Nelson Triunfo conta que...

Angola: Alunos com cabelo crespo proibidos de assistir às aulas

Milena Ernesto, porta-voz da manifestação em Luanda no próximo...

Faraos Negros

Egito foi, ao longo de sua história, alvo...

Um olhar sobre as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa

Por muito tempo, o continente africano foi visto, na...

para lembrar

Os piores casos de racismo no futebol

O caso do volante Gabriel Tiné, de 16 anos,...

Maracatu se prepara para a folia após recuperar calunga perdida por 30 anos

'Dona Júlia' vai desfilar com a Nação Porto Rico,...

Afro-bolivianos

Afro-bolivianos são bolivianos de ancestralidade africana.  O termo também...

Literatura negra brasileira tem fortes relações com as Ciências Sociais

Agência FAPESP – O surgimento de escritores e ativistas...
spot_imgspot_img

Doechii se torna a 3ª mulher a vencer Grammy por Álbum de Rap

Doechii fez história na 67ª edição do Grammy. A cantora, que também concorre em Artista Revelação, venceu a disputa de Melhor Álbum de Rap...

Grammy: Milton Nascimento explica por que não teve cadeira na cerimônia

O equipe do cantor Milton Nascimento, 82, explicou nesta segunda-feira (3) quais foram os motivos que a Academia da Gravação alegou para negar a ele um...

Espetáculo sobre primeira doutora negra em filosofia do Brasil estreará no CCBB

A peça "Mãe Preta" estreará no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo nesta quinta-feira (6). Dirigida por Lucelia Sergio, a montagem homenageia Helena Theodoro, primeira...
-+=