O chefe da Missão das Nações Unidas pela luta contra o ebola (UNMEER, na sigla em inglês), Anthony Banbury, será substituído neste sábado (3) por Ismail Ould Cheikh Ahmed, da Mauritânia. Mas antes de deixar o cargo, o norte-americano declarou que a batalha contra a epidemia, que já matou mais de 7 mil pessoas, ainda está longe de ser vencida, principalmente no continente africano. Mas o representante da ONU disse ter a esperança de que o número de novos contaminados possa cair consideravelmente ainda no início de 2015.
Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (2) em Acra, Banbury se mostrou muito otimista, mas ponderado sobre a luta contra o vírus ebola. “Eu acho que a mobilização deu seus frutos, mas ainda temos um longo caminho pela frente. É um combate muito difícil e não sabemos o que o futuro nos reserva”, declarou o chefe da missão da ONU, na capital de Gana. Segundo ele, a comunidade internacional não deve baixar a guarda enquanto a epidemia não for totalmente eliminada.
Banbury fez as ressalvas um dia antes de entregar o cargo para Ismail Ould Cheikh Ahmed. O mauritano foi nomeado para dirigir a missão pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A UNMEER foi criada para pilotar a luta contra a epidemia nos três países mais atingidos pela doença (Serra Leoa, Libéria e Guiné). Essa foi a primeira vez que as Nações Unidas lançaram uma missão de gênero especialmente dedicada a uma crise de saúde pública.
Ebola já matou 7.890 pessoas
Segundo os últimos balanços divulgados esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o ebola já provocou 7.890 mortes, quase todas na África do Oeste. Mais de 20 mil pessoas foram contaminadas pelo vírus na região desde o início da epidemia, em dezembro de 2013. De acordo com os números oficiais, 99% dos casos estariam concentrados nos três países africanos mais atingidos.
Um novo caso de ebola foi registrado esta semana no continente europeu. A vítima é um membro das equipes médicas que atuavam em Serra Leoa e que voltou para a Escócia. Já o médico italiano Fabrizio Pulvirenti, que contraiu o vírus quando trabalhava na África, foi considerado curado e deixará o hospital Spallanzani ainda neste fim de semana. Seu sangue deve ser usado para a produção de plasma, que deve servir para o tratamento dos doentes no continente africano.