Cerca de 90% das escolas da rede estadual de Pernambuco foram afetadas pela paralisação nacional desta quarta-feira (11).
Ao todo, mais de 30 mil trabalhadores em educação cruzaram os braços em defesa do pagamento integral do Magistério, e pela aprovação do Plano Nacional da Educação, cujo Projeto de Lei (PL 8.035/10) foi encaminhado aos parlamentares em dezembro do ano passado. A suspensão das atividades na quarta-feira foi o ponto máximo da Semana de Mobilização pela Educação, articulada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e suas 41 entidades afiliadas.
Mais de 1,5 mil educadores de diversos estados participaram do ato público em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. O Sintepe enviou uma caravana com mais de 30 representantes para a capital federal. Também foram realizadas visitas aos gabinetes dos parlamentares, uma reunião com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, e uma audiência pública na Câmara dos Deputados com o tema qualidade da educação.
ESTADO – Além da paralisação, o dia 11 em Pernambuco foi marcado pela primeira rodada de negociação do governo com o Sintepe, pela manhã, na sede da Secretaria de Administração, no Bairro do Recife, onde foram discutidos os principais parâmetros que servirão de base para a construção de uma proposta que atenda as questões salariais da categoria.
À tarde, o sindicato promoveu uma mesa de diálogo sobre os planos nacional e estadual da educação e valorização dos seus profissionais, na Assembleia Legislativa (Alepe). O debate marcado inicalmente para o Plenarinho da Alepe teve de mudar para o auditório do sexto andar devido à grande procura do público. Participaram da mesa o presidente do Sintepe, Heleno Araújo, o secretário de Educação do Estado, Anderson Gomes, o secretário de Educação de Nazaré da Mata e representante regional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Aderito do Nascimento, a deputada estadualTeresa Leitão, o presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES), Alisson Barbosa, e o integrante do Centro de Cultura Luiz Freire, Betinho.
Os debatedores comentaram sobre os rumos da educação pública brasileira, a atual situação do professor do Estado que recebe hoje o pior salário do país e a necessidade da aplicação integral do piso; as condições de trabalho e os problemas de infraestrutura que ainda são realidade na maioria da escolas públicas pernambucanas; a melhoria nos índices de desenvolvimento do de ensino, a valorização profissional e a destinação de recursos do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.
Governo ainda vai elaborar proposta para Educação
Apesar de ter recebido a pauta de reivindicações do Sintepe no início de abril, o governo não apresentou proposta para a categoria na primeira rodada de negociação, realizada ontem (11), na Secretaria de Administração, Bairro do Recife.
Os representantes do governo e sindicato debateram os principais parâmetros que servirão de base para a construção de um plano que atenda as questões salariais dos trabalhadores em educação. Entre os pontos destacados na reunião desta quarta estão mudanças na grade de vencimentos, visando aumentar a diferença na remuneração dos docentes que possuem formação de nível médio (magistério) e superior – que hoje é de 0,95% -, além do pagamento do piso e a criação de um incentivo financeiro à permanência do professor em sala de aula.
Já os eixos de condições de trabalho e gestão democrática cobrados na pauta do Sintepe serão negociados diretamente com o secretário de Educação, Anderson Gomes, em reuniões específicas. “Nós esperávamos já receber uma contraproposta, mas essa demonstração de interesse em querer resolver as questões financeiras de uma categoria que aguarda um reajuste desde 2009 é positiva”, avaliou do presidente do Sintepe, Heleno Araújo.
O secretário de Administração, Ricardo Dantas, adiantou que utilizará o valor de R$ 1.187,97 calculado pelo Ministério da Educação (MEC) como referência para o pagamento do piso no Estado. Entretanto, o detalhamento de como será gasto o montante de R$ 71,53 milhões para a Educação, anunciado na mesa geral de negociação dos servidores públicos da última sexta-feira (6), será feito somente na próxima negociação.
Dantas ainda se prontificou em analisar a situação dos 10.271 trabalhadores que recebem a Parcela Remuneratória de Irredutibilidade para que eles também sejam contemplados com o reajuste. “Nossa luta é para que todos os trabalhadores em educação sejam beneficiados. Tudo que nos for apresentado será colocado em votação na assembleia geral do dia 25 (maio)”, ressaltou Heleno.
Fonte: Vermelho