Marco Feliciano é lembrado na Malhação de Judas, em Brasília

Tradicional manifestação em Brasília, que ocorre há décadas, decidiu este ano colocar na figura de Judas o deputado Marco Feliciano

Os protestos pela permanência do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados continuaram neste sábado (30). Cerca de 50 pessoas se reuniram para malhar o Judas na Vila Planalto, bairro de Brasília próximo à Esplanada dos Ministérios. Neste ano, porém, o Judas, que simboliza o traidor de Cristo, foi o pastor.

A assessora parlamentar do Senado, Leiliane Rebouças, organizadora do ato, contou que o evento já é tradicional na região – o pai dela, “seu” Francisco, chegou em Brasília em 1968 e instituiu a malhação de Judas no bairro. A manifestação traz um protesto político a cada edição.

“Neste ano não poderíamos falar de outro assunto”, disse Leiliane. “Pensamos que ele (Feliciano) não é a pessoa adequada para estar na comissão. Boa parte da minha família é evangélica, mas não concordamos com a intolerância dele em relação à religiosidade. Também achamos absurdas suas posturas homofóbicas e racistas.”

O boneco de 1,55 metro, composto de ferro, papel reciclado, e vestido com roupas de brechó – camisa xadrez, calça e gravata verdes – foi amarrado a um poste da Praça Zé Ramalho, na Vila Planalto. Na fisionomia, uma foto impressa do rosto de Feliciano. Os manifestantes bateram com pedaços de madeira nele, como manda a tradição.

Além do boneco, também havia cartazes com os dizeres “Amaldiçoado é o seu preconceito”; “O deputado Marco Feliciano não representa do eleitores brasileiros; O Brasil é o país da diversidade. Respeite.”

Tradicional

Adepta da tradição há 50 anos, Leiliane lembrou que, em 2010, a malhação de Judas tratou do escândalo da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, o esquema de corrupção do governo do Distrito Federal, que tirou do comando do Executivo o então governador, José Roberto Arruda (hoje sem partido). No ano passado, o protesto foi pela má qualidade dos serviços de saúde pública.

 

Fonte: Exame

+ sobre o tema

Por que a diversidade faz bem para os negócios, para nós e para o futuro

No início de março, aconteceu em Austin, no Texas,...

Aborto invisível

Mesmo nas circunstâncias em que é legal, interrupção da...

Zezé Motta a Feliciano: “A gente vai se livrar desse traste”

Atriz global Zezé Motta acredita que o clamor...

Dois pesos, duas medidas, por Rodrigo Viana

E foi-se Santiago, repórter cinematográfico que fez uma...

para lembrar

Violência em Salvador: entidades apelam para os Direitos Humanos

Salvador (Brasil) - Entidades do movimento social tornaram...

Lula autoriza governo a indenizar família de agricultor morto

DE BRASÍLIA - O presidente Lula autorizou o...

Eu era contra o aborto até engravidar por acidente e querer abortar

Quando eu tinha 22 anos, deixei meu namorado, com...
spot_imgspot_img

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua em todo o Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal,...

Geledés participou do Fórum dos Países da América Latina e Caribe

A urgência da justiça racial como elemento central da Agenda 2030 e do Pacto para o Futuro, em um ano especialmente estratégico para a...

Na ONU, Anielle Franco diz que reparação pela escravidão é ‘inegociável’

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu na ONU, nesta segunda-feira, a ideia de uma reparação diante dos crimes contra a humanidade cometidos...
-+=