Mulher negra é acusada de fraude ao comprar bolsa de R$ 5,5 mil nos EUA

Jovem foi seguida e abordada por policiais ao deixar loja em Nova York.
Ela pretende processar a polícia e a Barneys, onde foi feita a compra.

Uma mulher negra foi acusada de fraude no uso de cartão de crédito após comprar uma bolsa de US$ 2,5 mil na loja de departamentos Barneys em Nova York, nos Estados Unidos, segundo o jornal “New York Daily News”. Segundo Kayla Phillips, de 21 anos, ela foi abordada por quarto policiais à paisana após deixar a loja – mesmo com a compra tendo sido realizada sem incidentes.

Kayla contou ao jornal que queria uma bolsa da marca Céline há algum tempo, e que foi à loja para compra-la após receber uma quantia em dinheiro. Ela realizou a compra na loja que fica na Avenida Madison, e foi abordada por policiais na saída, a três quadras de distância.

“Eram três homens e uma mulher. Dois deles me atacaram e me empurraram contra uma parede, e os outros dois bloquearam minha passagem”, contou. Os policiais começaram a questioná-la e pediram seu documento de identidade.

“Eles foram muito brutos. Eles ficaram me perguntando o que eu tinha comprador e falavam ‘nos mostre seu cartão’. Eu não sabia o que estava acontecendo.”

A jovem realizou uma notificação na Justiça contra a polícia de Nova York, e planeja processar a cidade pedindo uma indenização. O advogado de Kayla, Kareem Vessup, disse que ela ainda deve entrar com processos de violação dos direitos civis contra a polícia de Nova York e contra a Barneys.

A jovem usou um cartão provisório de uma conta recém-aberta no banco. O cartão não tinha seu nome. Por sorte, ela já havia recebido o cartão definitivo com sua identificação e estava com ele na bolsa. “Eu estava procurando por aquela bolsa por um longo tempo, e sempre estava esgotada”, afirmou.

O caso é bastante semelhante ao que aconteceu com Trayon Christian, de 19 anos. Ele entrou com um processo de discriminação conta a Barneys e a polícia após ser seguido por policiais e acusado de fraude quando comprou um cinto da marca Ferragamo em abril deste ano. O cinto custava US349. Christian também é negro e chegou a ser levado a uma delegacia, mas foi liberado.

Um executivo da Barneys disse à mãe de Kayla, Wendy Elie, que a loja não chamou os policiais. A mulher disse ter sido informada por um guarda que a loja mantém policiais à paisana dentro de suas dependências como parte de uma força-tarefa contra fraudes. A polícia de Nova York não confirmou a informação.

Sobre o caso de Cristian, a Barneys disse em um comunicado que revisou o ocorrido e que nenhum envolvimento de funcionários da loja na abordagem foi identificado.

Fonte: G1

+ sobre o tema

para lembrar

Zumbi vive

Há 322 anos, em 20 de novembro de 1695,...

Mas há racismo no Brasil?

Apesar da herança africana no Brasil, escritor brasileiro Luiz...

A Universidade de São Paulo e os seus tribunais raciais

Em março, a Universidade de São Paulo gerou controvérsia...
spot_imgspot_img

O mínimo a fazer no Brasil

Defender e incentivar ações afirmativas pela diversidade e equidade étnico-racial é o mínimo a fazer num país que por quase 400 anos baseou sua economia no...

Não existe crime de injúria racial contra pessoa de pele branca, diz STJ

O crime de injúria racial, previsto na Lei 7.717/1989, não se configura no caso de ofensa baseada na cor da pele dirigida contra pessoa branca. Com...

Oitenta anos do nascimento de Bob Marley

Em 1945, ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial, nasceu Robert Nesta Marley. Dia 6 de fevereiro não é feriado oficial na Jamaica,...
-+=