Negros podem ter cota em concursos de Curitiba

O vereador Francisco Garcez (PSDB) apresentou um projeto de lei há duas semanas prevendo que todos os concursos públicos do município de Curitiba reservem pelo menos 10% de suas vagas para negros e índios.

 

O projeto está tramitando na Câmara. Já passou pelo departamento jurídico e agora segue para novas comissões. A expectativa de Garcez é ver a proposta aprovada ainda neste ano.

 

O blog entrevistou Garcez sobre o projeto. Veja o que ele tem a dizer sobre o assunto:

Por que Curitiba precisa de cotas nos concursos?

É preciso corrigir as distorções cometidas durante toda a história do Brasil. Temos que diminuir o tamanho da discriminação. Esta lei já existe no estado e em outras cidades. No nível estadual, existe desde 2003, e só vem beneficiando as pessoas.

 

O senhor teve ajuda de movimentos sociais para desenhar o projeto?
Não. Fui procurado por eles depois. A recepção tem sido boa. Mas há alguns pedidos do movimento negro para fazer ajustes. Estamos estudando isso.

 

Pela sua proposta, negros e índios teriam cotas. Seriam cotas diferentes?
É a mesma cota. Seriam 10% de vagas, no mínimo, para serem disputadas só por quem se autodeclarasse negro ou indígena.

 

Há risco de abusos?
O projeto prevê que se alguém cometer fraude será excluído.

 

Existe racismo em Curitiba?
Claro que existe. As pessoas se cuidam para não exagerar porque racismo é crime. Mas a gente ouve comentários, percebe que existe racismo, sim.

 

Os críticos das cotas afirmam que elas dividem o país. Existe esse risco?
Não acredito. Certamente vai haver um debate acalorado sobre isso na Câmara. Mas é fácil perceber que não há igualdade, e precisamos corrigir isso. Também quero incluir no projeto que as cotas serão temporárias, por um número limitado de anos.

 

Quando o senhor imagina que o projeto vira lei?
Vai passar pelas comissoes, depois vai a plenário. Se não for rejeitado, acho que em dois meses está na mão do prefeito. Se ele não vetar, acredito que vale ainda neste ano.

 

Fonte:  Francisco Garcez

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