A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu na segunda segunda-feira (23) a fase de análise preliminar dos materiais apreendidos na Operação Trend, deflagrada em nove estados no início do mês contra suspeitos de racismo e discurso de ódio na internet. Segundo os investigadores, os suspeitos identificados são extremistas e com referências ao neonazismo.
Deflagrada em 5 de outubro, a ação é resultado de uma investigação sobre os ataques racistas que um servidor público de Blumenau, no Vale do Itajaí, e a enteada dele sofreram. Os dois são negros e, em outubro de 2022, receberam as mensagens racistas ao publicarem imagens com os trajes típicos da Oktoberfest.
A ação do início do mês foi coordenada por Santa Catarina, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e aconteceu em parceria com o Ministério da Justiça. Entre os alvos, há suspeitos de integrarem células neonazistas (veja os números abaixo).
Todo o material apreendido foi enviado a Santa Catarina e analisado. Conforme o delegado Arthur Lopes, no “mapa do racismo” na internet descoberto, os investigadores identificaram entre os integrantes adolescentes do sexo feminino a homens mais velhos cometendo os crimes.
No total, foram 19 aparelhos celulares apreendidos dos suspeitos, além de computadores e outros documentos. Cerca de 100 policiais de diferentes estados participaram da ação. As investigações continuam em sigilo.
Mandados
Dos 16 mandados de busca e apreensão, dois foram cumpridos em Santa Catarina. Veja a lista completa das cidades com diligências:
- Santa Catarina: Joinville e Florianópolis;
- Paraná: Santa Cruz de Monte Castelo e São José dos Pinhais;
- Rio Grande do Sul: Rio Pardo e Porto Alegre;
- Minas Gerais: Belo Horizonte;
- Ceará: Caucaia;
- Rio de Janeiro: Rio de Janeiro e Miguel Pereira;
- São Paulo: São Paulo e Itapecirica da Serra;
- Pará: Altamira;
- Distrito Federal: Brasília, Planaltina;
- Mato Grosso: Primavera do Leste.
Criada em 2021, a delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI) já realizou 12 operações contra suspeitos de integrar células nazistas ou cometer crimes de ódio dentro e fora da internet. O órgão está na estrutura organizacional da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC).