Racismo institucional ainda é realidade na Bahia

Somente 5% dos altos cargos públicos são ocupados por negros na Bahia, indica coordenador de encontro sobre o tema. Recente estudo mostra realidade nas empresas

Por Victor Longo

Apenas 5% dos cargos públicos são ocupados hoje por negros e afrodescendentes na Bahia. A informação é de Edson Costa, coordenador do Encontro Vencendo o Racismo Institucional, realizado nesta sexta-feira, em São Francisco do Conde. Costa afirmou que essa proporção inclui cargos de primeiro e segundo escalão no governo e engloba posições como secretários, superintendentes e assessores técnicos de relevância.

“Já houve uma melhoria nos últimos anos, mas essa proporção ainda é insuficiente”, afirmou Costa. Segundo ele, hoje a Bahia tem cerca de 600 pós-doutores negros, o que poderia elevar essa proporção, caso não houvesse racismo institucional. “O racismo nas instituições ainda é uma realidade”, disse. Mesmo assim, segundo ele, o quadro vem melhorando substancialmente. “Há quatro anos, essa proporção era de apenas 0,25%”, disse.

No encontro, personalidades do estado foram homenageadas com um Diploma Honra ao Mérito por suas histórias de vida dedicadas à causa da luta contra o racismo. Também foi lançado o livreo Guetos: O Apartheid Urbano, do escritor Sérgio Carvalho.

Empresas
De acordo com estudo recém-publicado pelo Dieese, os negros representam 48,2% dos trabalhadores nas regiões metropolitanas, mas a média do salário desta população chega a ser 36,1% menor do que a de não negros. O estudo, intitulado “Os Negros no Mercado de Trabalho”, foi feito entre 2011 e 2012, nas regiões metropolitanas de Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e São Paulo, além do Distrito Federal.

A pesquisa também aponta desproporção em relação à formação educacional. Dos negros trabalhadores, 27,3% não haviam concluído o ensino fundamental (que vai do 1º ao 9° ano) e apenas 11,8% conquistaram o diploma de ensino superior, ao passo que entre os não negros em atividade 17,8% não terminaram o ensino fundamental e 23,4% formaram-se em uma faculdade.

 

Fonte: Revista B+

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