Coroada Miss Bélgica no último dia 13 de janeiro, Angeline Flor Pua, de 22 anos, tem sido vítima de racismo nas redes sociais.
Da BBC
A belga, que estuda para ser pilota de avião, diz que nunca havia sofrido esse tipo de ataque | Foto: Divulgação/Miss Bélgica
Isso porque ela, nascida na Antuérpia, tem ascendência asiática: seus pais são filipinos.
Desde que conquistou o título de mulher mais bonita do país, deixando para trás 29 candidatas, Angeline, que estuda para ser pilota de avião, tem sofrido ataques racistas na internet.
A maioria dos comentários diz que ela não é genuinamente belga. No Twitter, uma pessoa escreveu: “Espero que ela não seja uma Miss Lady Boy”, fazendo referência à maneira como são chamadas as transexuais na Tailândia.
Outro postou: “O que é racista sobre pensar se uma criança com pais filipinos deveria ser Miss Bélgica? Eu chamo de Miss Filipinas, não Miss Bélgica”.
“Claro que machuca muito ler essas coisas a meu respeito, porque eu sei que não são verdadeiras”, declarou Angeline à BBC.
Para aqueles que duvidam de sua nacionalidade, a estudante diz: “Posso mostrar meu documento de identidade, minha certidão de nascimento, para provar que sou belga”.
Flor Pua tem sofrido ataques racistas na internet e diz que eles ‘machucam demais’ | Foto: Kevin Swijsen/Divulgação Miss Bélgica
Primeira vez
Angeline diz que esta é a primeira vez que sofre esse tipo de preconceito. “Sempre fui aceita pelas pessoas no trabalho, na escola, em todo lugar”, fala. “Por isso estou muito chocada com essas notícias.”
A miss também contou com apoio de belgas no Twitter. Uma pessoa questionou se para ser Miss Bélgica é “preciso ser loira”. Outra parabenizou o concurso. “É a prova de que a maioria dos belgas está abraçando a diversidade”, postou.
A estudante diz que racismo é um tema “muito sensível” não só na Bélgica, mas no mundo todo. “Estamos enfrentando isso hoje, e eu sou uma vítima, como vocês podem ver”, fala.
E manda um recado para quem também sofre preconceito. “Vocês sabem o melhor que têm, não se sintam mal, mas sim orgulhosos de quem são, do que são e de onde vêm. Lembrem-se que vocês continuam sendo seres humanos com bom coração.”