Sérgio Vidal da Rocha nasceu no bairro da Gamboa, no Rio de Janeiro, em 15 de janeiro de 1945. Bem novo( 12 anos) iniciou-se como auxiliar de laboratório fotográfico e depois como técnico em metalurgia, numa oficina de usinagem mecânica(torneiro mecânico) enquanto recebia influencia paterna no sentido de se profissionalizar tecnicamente para poder se manter na vida, uma vez que o próprio pai se decepcionara tentando fazer-se como músico.
texto: Mirian Pitta por Sergio Vidal via Guest Post para o Portal Geledés
O conhecer o atelier de Heitor dos Prazeres, fé-lo descobrir que seu quarto já era também um atelier onde consertava e criava seus brinquedos, fazia seu artesanato e que a pintura era possível como meio de expressar seus sentimentos.
Consciente de que, por faltarem recursos, não poderia cursar uma escola formal de artes, tipo Escola de Belas Artes, começou à noite a produzir seus primeiros trabalhos, desenvolvendo sua técnica com o que aprendia nas idas ao atelier do “Mestre Heitor”, no contato com os companheiros (pintores que veio a conhecer) e na leitura de livros.
A fotografia mascara sua sensibilidade com a possibilidade de reproduzir detalhes mínimos, tais quais retoques em retratos 3X 4 e a mecânica deixou-lhe a impressão da necessidade de ser preciso.
Foi Heitor dos Prazeres Filho, que ao visitá-lo uma vez, o incentivou a vender os estudos, que já apresentavam um nível artístico de exposição.
Sua identificação com os ,movimentos negro e cultural no Rio de Janeiro, levaram-no à Presidência da Associação dos Artistas Plásticos e Amigos das Artes da Pedra de Guaratiba (00-02), uma comunidade no Rio onde a maioria vive da atividade extrativa da pesca e na qual a influencia da Associação quanto a formação didática de jovens é visivelmente notada através dos projetos de desenvolvimento artístico-profissional que leva a cabo.
A música herdada do pai(bandolinista de cinema mudo) e da mãe(organista de igreja protestante) corre em suas veias como um lamento pelos sonhos que não pode acalentar, mas brota através da fina ironia de seus sambas.
Sua pintura é um comentário do cotidiano, uma crônica de costumes, um hino de amor ao profissional solitário (tais como o alfaiate, a costureira, o pedreiro, o operário, etc) um grito de protesto contra a violência e a injustiça social ou uma canção brejeira ao espírito boêmio carioca.
Estes quadros fazem parte da exposição
“o Rio que Vidal vê”
homenagem à Cidade Maravilhosa
Obras de Sérgio Vidal