Sesc Copacabana, no mês da consciência negra, apresenta Mercedes Baptista: “A dama negra da dança”

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No centenário de nascimento da artista, exposição homenageia a primeira bailarina negra do Theatro Municipal RJ e criadora da dança afro-brasileira

“Mercedes Baptista: a dama negra da dança” é o nome da exposição que homenageia a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro a integrar o Corpo de Baile. A trajetória da artista que coloriu a história do balé no Brasil será mostrada a partir de sexta-feira (5) no Sesc Copacabana, com curadoria do professor e pesquisador da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa Paulo Melgaço, autor da biografia “Mercedes Baptista: a criação da identidade negra na dança” (2007) e um defensor da raça negra. Uma edição atualizada será lançada ainda em 2021. A exposição faz parte de uma série de atividades que vai homenagear um dos maiores símbolos da luta antirracista no Brasil.

“Este ano estamos comemorando o centenário de Mercedes Baptista. Celebrar a vida e obra de Mercedes é celebrar a luta antirracista na dança, no ballet clássico e no Theatro Municipal. A exposição vai mostrar para as novas gerações a caminhada da menina pobre, da menina negra, que sonhou um dia em ser artista e venceu muitos obstáculos para isso. Ela foi a primeira negra a ingressar no corpo de baile do Theatro Municipal e que contribuiu de maneira ímpar na cultura afro-brasileira sendo criadora da dança afro- brasileira. Mercedes deixa um legado imenso para todos os brasileiros” – ressalta o curador Paulo Melgaço. A exposição apresentará seis módulos que contarão sobre a vida, obra e a contribuição de Mercedes Baptista para a dança brasileira e o fortalecimento da identidade negra no Brasil.

MÓDULO 1

Mercedes em vários tempos

Um símbolo da luta antirracista. Neste espaço serão apresentadas fotos de Mercedes Baptista ao longo de sua vida em diversos campos de atuação: Theatro Municipal,

Ballet Folclórico Mercedes, Teatro de revista, carnaval e dança de salão.

MÓDULO 2

O início do sonho de ser famosa

Será mostrado o início da dança, a primeira apresentação com Eros Volusia, o ingresso na Escola de Dança Maria Olenewa e no corpo de baile do Municipal.

MÓDULO 3

A dança como profissão

Neste quadro serão retratados o concurso Rainha das Mulatas, o encontro com Abdias do Nascimento e o Ballet Folclórico Mercedes Baptista (em diversas apresentações).

MÓDULO 4

Dançando e ensinando

Aqui vão ser destacadas as experiências de uma professora que iniciou seu trabalho na gafieira estudantina e lecionou em companhias americanas.

MÓDULO 5

Mercedes em projeção

Será criada uma réplica da escultura da Mercedes Baptista feita por M. Pitanguy (2016) que está exposta no Largo da Prainha, bairro da Saúde, no Rio de Janeiro. Neste espaço haverá a exibição de diversas cenas dela como bailarina, entrevistas, fotos e textos.

MÓDULO 6

No camarim: um olhar para a vida

Lembranças da bailarina Mercedes Baptista e seus vestidos. A proposta deste ambiente é revelar a trajetória de momentos  e pessoas fundamentais em sua vida. Fotos da mãe que sempre a acompanhou, o marido Paulo Krieger, as tutoras Jandira Lima e Ruth.

MÓDULO 7

Em ritmo de samba

As experiências da bailarina no carnaval. Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor, Alegre de Copacabana, Cubando e Vila Isabel.

MÓDULO 8

O legado

A primeira geração de bailarinos e artistas do ballet folclórico, as homenagens, a comemoração do dia municipal da dança afro-brasileira. 18 de agosto.

Uma curiosidade: no dia de seu falecimento, 18 de agosto é comemorado, em Porto Alegre e em outras cidades brasileiras, o “Dia Municipal da Dança afro-brasileira”. E existe um projeto de lei para que isso aconteça no Rio de Janeiro.

Paulo Melgaço, curador da mostra e autor da biografia de Mercedes (Foto: Amanda Melgaço)

Sobre Paulo Melgaço:

Pós- doutor e doutor em educação pela UFRJ, possui mestrado em educação, comunicação e cultura pela UERJ. Atua como professor e pesquisador na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa desde 1993. É professor colaborador do programa de pós- graduação em ensino das artes cênicas na UNIRIO e autor de diversos livros, entre eles: Escola Estadual de Dança Maria Olenewa 75 anos: a história que fez estórias, Escola Estadual de Dança Maria Olenewa: um sonho feito em cores, Mercedes Baptista: a criação da identidade negra na dança.

(Foto: Acervo Mercedes Baptista)

EQUIPE TÉCNICA

Realização:

SESC Copacabana

Curador:

Paulo Melgaço

Criador:

Edson Pereira

Produção Executiva:

Vírgula Projetos e Consultoria

Serviço:

Exposição Mercedes Baptista: a dama negra da dança

Endereço: Galeria do SESC Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160)

Período: 05 de novembro a 30 de dezembro

Horário: 10h às 19h – terça a dom

Realização: SESC Copacabana  

Entrada franca

Classificação: Livre

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