Slam das Minas SP apresenta 1ª Jornada Latines

Evento online propõe uma imersão literária, com vivências que estimulam a escrita, performance e experimentação artística, dentro da linguagem dos slams, sob a ótica do movimento no Brasil com olhar para a literatura feita por mulheres, pessoas trans e não binárias na América Latina.

O Slam das Minas SP nasceu em 2016 como a primeira batalha de poesia falada com recorte de gênero da cidade de São Paulo, e uma das primeiras do país – depois da capital paulista, surgiram outras 18 coletivas. Dentro do contexto de slam, o grupo vem experienciando outros espaços, como a música – a exemplo, em 2018 lançaram “Trincheiras – #elassim” com participação da cantora Drik Barbosa – teatro, performance, formação etc; e sempre inerente às discussões sobre a atuação e crescimento dos slams em suas condições sociais e políticas, a coletiva apresenta a 1ª Jornada Latines Slam das Minas, um evento online, que tem a poesia e o feminismo como eixo, e traz debates sobre esse assunto na América Latina.

A 1ª Jornada Latines Slam das Minas acontece de 18 a 28 de agosto, e foi idealizada pelo Slam das Minas SP em conjunto com o Mellon Program “Community-Engaged Scholarship”, da Universidade de Tulane (New Orleans – EUA), realizada pelo SESC São Paulo, com apoio do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).

A programação conta com duas oficinas, dois workshops e duas batalhas. No dia 18, acontece a oficina de performance com a poeta, atriz e diretora Luiza Romão; e no dia seguinte, 19, a oficina de escrita com a poeta, slammer e produtora cultural Mel Duarte. Já nos dias 26 e 27, ocorrem os workshops com importantes nomes do slam nacional: o primeiro, “Literatura Feminina na América Latina”, discute o conjunto de textos, obras e a construção da literatura neolatina e, o segundo,“Slam de onde veio pra onde vai?”, contextualiza a história de poetry slam, desde o surgimento nos EUA em 2008, e no Brasil em 2012.

As oficinas têm transmissão numa live fechada, por meio da plataforma Zoom. As inscrições podem ser feitas no site do MAM-SP, e a seleção considera equidade de cor, classe social e  gênero. Serão oferecidas também 10 bolsas-auxílio para artistas em situação de vulnerabilidade, participantes da oficina, sendo cinco para brasileiros e cinco para outros países da América Latina. Já os workshops serão transmitidos no canal do Youtube do Sesc Campo Limpo.

No dia 20, acontece o 2º Torneio Nacional Singulares de Poesia, com a participação de poetas de outros slams com recorte de gênero, garantindo artistas de todas as regiões do Brasil. Es finalistas garantem uma vaga na Slam Latines, que no dia 28 reunirá representantes do Brasil, Chile, Cuba, Argentina, Costa Rica, Colômbia, República Dominicana e Venezuela. Toda programação poderá ser acompanhada pelas redes sociais do Slam das Minas SP e do SESC São Paulo.

A Slam das Minas SP tem como propósito o fortalecimento e propagação, por meio da poesia, do discurso de luta contra o machismo, racismo, homofobia e transfobia, ao mesmo tempo que facilita pautas feministas e das mulheres de periferia, caracterizando-se como um espaço seguro para que todas possam se expressar livremente.

1º JORNADA LATINES SLAM DAS MINAS

Oficinas Jornada Latines @ MAM-SP

18/08, quarta-feira, às 16h – Performance com Luiza Romão

Nesta oficina, trabalharemos a vocalização e performance de poemas autorais. Serão desenvolvidas algumas técnicas para exploração das relações entre voz e corpo, palavra e ritmo.

Inscrições: https://mam.org.br/evento/oficina-de-performance-com-luiza-romao-no-jornadas-latinas/

Gratuito; Duração: 2h; Até 20 participantes, seleção considerando equidade racial, social e de gênero. Vivência com uma educadora uma plataforma de transmissão de reunião, em sala fechada, todas as câmeras e microfones ligados.

A live será dividida em duas partes, trabalhando com apresentação de conteúdo e compartilhamento de produções.

Luiza Romão é poeta, atriz e diretora de teatro de São Paulo. Também é arte-educadora, já tendo trabalhado com diversos programas e projetos culturais. Autora dos livros “Sangria” (2017) e “Coquetel Motolove” (2014). Produziu mais de quinze videopoemas, explorando a linguagem do spoken word.

19/8, quinta-feira, às 16h Oficina de Escrita com Mel Duarte.

Nesta oficina, vamos explorar algumas das inúmeras possibilidades da palavra através de diferentes referências, diálogos e exercícios, desmistificando alguns aspectos dos formatos da poesia falada e escrita, oferecendo assim, insumo para a produção literária do público participante.

Inscrições: https://mam.org.br/evento/oficina-de-escrita-com-mel-duarte-no-jornadas-latinas/

Gratuito; Duração: 2h; Até 20 participantes, seleção considerando equidade racial, social e de gênero. Vivência com uma educadora uma plataforma de transmissão de reunião, em sala fechada, todas as câmeras e microfones ligados. 

A live será dividida em duas partes, trabalhando com apresentação de conteúdo e compartilhamento de produções.

Mel Duarte é escritora, poeta, slammer e produtora cultural. Autora de seis livros, o mais recente “Colméia: poemas reunidos” (2021; Editora Philos). Em 2016 foi destaque no sarau de abertura da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), e foi a primeira mulher a vencer o Rio Poetry Slam (campeonato internacional de poesia falada).

Workshops Jornada Latines @Sesc Campo Limpo

26/8, quinta-feira, às 16h – Workshop Literatura Feminina na América Latina com Abigail Campos, Bell Puã e Maria Giulia Pinheiro.

Discussão sobre Literatura Feminina produzida na América Latina. Caminhando com o movimento político nas Américas e trazendo a importância da escrita feminina e feminista, falará sobre o conjunto de textos, obras e construção da literatura neolatina; Autoria, sexismo, preconceito racial e as pressões do capital.

Duração: 1h30

27/8, sexta-feira, às 16h – Workshop “Slam, de onde veio pra onde vai?” com Roberta Estrela D’alva, Tom Grito Poeta e Nega Fya.

Desde o surgimento em 2008 o movimento vem crescendo e ocupando o lugar de destaque principalmente entre o público jovem e periférico. Contudo, é inevitável não enxergar o quanto a Slam das Minas SP contribuiu para a articulação e movimentação no cenário da literatura marginal, por fortalecer e abraçar pluralidades de corpos e ideias. O encontro traz contextualização histórica do poetry slam, desde o surgimento nos EUA, com convidades pioneires na cena no Brasil. Apresentação do movimento, crescimento e principais nomes. Orientações e debates, tanto no intuito de ramificar sua potência, como entender seu contexto social e político. 

Duração: 1h30

Batalhas Jornada Latines @ Slam das Minas SP; SESC-Campo Limpo

20/8, sexta-feira, às 17h00 – 2º Torneio Singulares de Poesia.

Curadoria e Seleção entre os Slam das Minas e outras slams com recorte de gênero garantindo a participação de artistas de todas as regiões do Brasil. Es finalistas garantem vaga na Slam Latines.

Slammers:

Ester Peixoto Slam voz as minas e lgbtqia+ (PR)

Jaquelivre – Slam das Gurias CWB (PR)

Francine – Dandaras do Norte (PA)

Singa – Slam das Minas BA

Patrícia Naia – Slam das Minas PE

Warley Noua – Slam Marginalia (SP)

Anna Moura – Slam das Minas – RJ

Zoe – Slam Camélias (MS)

Tom Grito Poeta – Slam das Minas SP (RJ)

Medusa – Slam das Minas AC

28/8, sábado, 17h00 – Slam Latines.

Mapeamento de slams com recorte de gênero e poetas da América Latina (estrangeires). Curadoria e seleção de 8 participantes para a batalha

Slammers:

Giordana García Sojo – Venezuela

Yaissa jimenez – República Dominicana

Ninfa Maria – Chile

Checha Kadener – Argentina

Lucía Orozco – Colombia

Luz de Cuba – Cuba

Ance – Costa Rica

Representante brasileire será definide no Singulares

Bios das convidadas para os workshops

Nega Fya

Poeta, MC, artista de rua, produtora cultural, ativista cultural, integrante do grupo de poesia Resistência Poética, Idealizadora e produtora do Slam das Minas  – BA, vice-campeã do Eio Poetry Slam – Campeonato Mundial de Poesia Falda (2018), vice-campeã do campeonato brasileiro de poesia falada (2016), graduada no curso de enfermagem e angopoeirista. “Poesia marginal, visceral e ancestral”.

Roberta Estrela D’Alva

Atriz, pesquisadora, produtora cultural e poeta. Foi uma das pioneiras no Brasil do poetry slam ao fundar a Zona Autônoma da Palavra (ZAP!), de pois de ter conquistado o terceiro lugar na 8ª Copa do Mundo de Slam, em Paris, em 2011. Codirigiu, com Tatiana Lohmann, o documentário Slam: Voz de Levante (2018), que mostra “a retomada do espaço público” pelo slam do Brasil.

Tom Grito Poeta

Dedica-se à poesia falada (spoken word/poetry slam) e às micro revoluções político sociais onde a poesia incinera, afaga, afeta e transforma. Como produtor da cena carioca de slam e sarau, já fez: Mulherau, Pizzarau, Batalha da Pizza, Tagarela e atualmente integra a produção e realização do Slam das Minas RJ.

Abigail Campos

Atua entre os limites da filosofia e poesia. Mestre em Filosofia pela UFRJ e doutoranda em Filosofia pela PUC-SP. Compõe a organização do Slam Marginália. Ativista literária e palavrista, publica teztos autorais e traduções em formato de fanzine. Autora do livro “ex/orbitâncias: guerra social, comunitarismo e deserção de gênero no Brasil”, (2020, O Sexo da Palavra).

Bell Puã

Graduou-se em História e des mestrado pela UFPE. Venceu a primeira edição da Batalha de poesia falada Slam das Minas de Pernambuco, em 2017, e, no mesmo ano, foi vencedora do Slam BR, representando o país na Copa do Mundo de Slam de 2018, em Paris. Foi uma das artistas convidadas da Festa Literária Internacional de Paraty de 2018. Autora dos livros “Lutar é crime” (2019, Ed. Letramento) e “É que dei o perdido na razão (2018, Ed. Castanha Mecânica). 

Maria Giulia Pinheiro

Poeta, performer, roteirista, pesquisadora e ativista. Autora de “Da Poeta ao Inevitável”, pela Editora Patuá (2013), “Alteridade”, pelo Selo do Burro (2016), “Avessamento”(2017) e “30 para 30″(2020), ambos pela Editora Urutau, além de dramaturga dos espetáculos “Mais um Hamlet”, “Alteridade”, “Bruta Flor do Querer” e “A Palavra Mais Bonita”, os últimos dois também sob sua direção. Criadora e organizadora do ZONA Lê Mulheres e do Todo Mundo Slam. É performer e poeta nos espetáculos “Alteridade” e “A Palavra mais Bonita”. Co-idealizadora e apresentadora do slam “Ciranda- Jogo de Palavra Falada” e da “Ginginha Poética”. Foi Analista de Pesquisa do documento “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela Igualdade de Gênero”, realizada pela ONU Mulheres e o portal PapodeHomem, com viabilização do Grupo Boticário. Coordena o Núcleo Feminista de Dram.

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE. 

+ sobre o tema

O preconceito racial será abordado na série do Luke Cage

Jeph Loeb, chefe da divisão de TV da Marvel...

Yzalú: Alma Negra

Yzalú: Alma Negra. Confira a canção abaixo: ** ESTE ARTIGO...

Ludmilla vira empresária e lança linha de perucas em parceria com empresa dos EUA

Sucesso no mundo da música, Ludmilla vai virar empresária...

Adriana Alves mostra o rostinho de Olivia, sua filha com Olivier Anquier

Adriana Alves mostrou o rostinho de sua primeira filha...

para lembrar

spot_imgspot_img

O vídeo premiado na Mostra Audiovisual Entre(vivências) Negras, que conta a história da sambista Vó Maria, é destaque do mês no Museu da Pessoa

Vó Maria, cantora e compositora, conta em vídeo um pouco sobre o início de sua vida no samba, onde foi muito feliz. A Mostra conta...

Chega a São Paulo Um defeito de cor, exposição que propõe uma revisão historiográfica da identidade brasileira por meio de uma seleção de obras em...

De 25 de abril a 1º de dezembro, o Sesc Pinheiros recebe "Um Defeito de Cor". Resultado da parceria entre o Sesc São Paulo...

Aos 76, artista trans veterana relembra camarins separados para negros

Divina Aloma rejeita a linguagem atual, prefere ser chamada de travesti e mulata (atualmente, prefere-se o termo pardo ou negro). Aos 76 anos, sendo...
-+=