Thayná Trindade consegue finalmente registrar caso de racismo no Ponto Frio do Plaza Shopping Niterói

 

por marcos romão

Nesta última terça-feira, 25.03 Thayná Trindade conseguiu finalmente registrar como racismo, a violência racista que sofreu na loja do Ponto Frio Bonzão no Plaza Shopping de Niterói, no final de fevereiro deste ano.

Conforme a Mamapress divulgou no início de março, Thayná Trindade, jovem mulher negra de 25 anos, mãe de um bebê com poucos meses de idade, foi discriminada racialmente no dia 26.02, por um vendedor da Loja Ponto Frio, no Shopping Plaza de Niterói.

foto: léo fonseca

Junto com uma testemunha que se prontificou ir com ela até a delegacia, Thayná confrontou-se com o problema, que praticamente todas as vítimas de racismo encontram ao irem dar queixa de racismo: Ao contrário do que afirmava ter sido racimso, caso foi registrado na 76º DP de Niterói como injúria racial, o que para ela não definia o racismo que sofrera quanto à sua raça e cor.

Depois de várias mobilizações e denúncias nas redes sociais,  no movimento negro, além de ter  procurado a ajuda da CEPPIR Niterói, que a colocou desde o primeiro momento em contato com o Dr. Tito Mineiro da Comissão de Igualdade Racial da OAB, Thayná esteve na delegacia para nesta última terça-feira,25.03, para acrescentar o ítem racismo à sua queixa.

A presença de 4 advogados da CIR-OAB-RJ, inclusive seu presidente Marcelo Dias, de representante da Ceppir-Niterói e de um representante do grupo negro Advocacia e Militância Social, assim como o apoio que Thayná tem recebido do movimento negro e da sociedade civil, deram um maior peso à queixosa nesta segunda ida à delegacia de polícia, pois apoiada  pelos advogados da OAB, acrescentou ao registro de seu depoimento anterior: ”Que não se sentiu somente vítima de uma injúria e sim vítima de racismo, já que as atitudes, palavras e gestos do vendedor e preposto do Ponto Frio foram claras e objetivas quanto à sua raça e cor”.

Este caso junto com outros que tem acontecido no Estado do Rio de Janeiro, conseguiu além dar um exemplo em como superar as armadilhas do artigo 140º(injúria racial), que faz com que as vítimas se sintam duplamente humilhadas e violentadas, a primeira vez através do ato racista em si e a segunda quando nas delegacias não levam à serio as suas palavras. Conseguiu também demonstrar, que o trabalho coletivo do movimento negro e da sociedade civil indignados, junto com ações de Instituições como a CIR-OAB além do apoio de prefeituras locais, através de seus órgãos PIR, podem funcionar quando todos levam em contar que a dignidade da vítima e a sua reparação dos danos causados violência racial que sofre,  é o principal objetivo no combate ao racismo.

Racismo que cresce e assume novas formas e para as quais temos todos agir rapidamente para cortar o mal pela raiz.

 

 

Racismo no Ponto Frio do Plaza-Niterói: O dia da Mulher de uma Negra que luta por seus direitos

 

 

Fonte: Mamapress

 

+ sobre o tema

para lembrar

Negros e pardos somam 37,4% nas universidades, diz IBGE

Embora número de alunos no ensino superior tenha acrescido...

Os docentes não contribuem para o conhecimento da cultura africana

Resumo  O desconhecimento sobre África vem também pelo desinteresse dos...

Grupo de estudantes surdos conquista direito de refazer Enem

Prejudicados pela má tradução dos intérpretes de Libras, seis...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=