LUXEMBURGO (Reuters) – Os países da União Europeia concordaram nesta quinta-feira em compartilhar informações sobre ex-detentos da prisão de Guantánamo que venham a ser aceitos no bloco, uma medida que pode ajudar os Estados Unidos a desativar o centro de detenção.
Por David Brunnstrom, do O Globo

O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu que iria desativar a prisão, malvista na Europa por ser um símbolo das suspeitas de abusos contra presos da chamada “guerra ao terror” no governo de George W. Bush.
Washington procura países que aceitem receber os prisioneiros. Reunidos em Luxemburgo, ministros do Interior dos 27 países da UE concordaram que os governos que estiverem cogitando receber ex-presos de Guantánamo devem informar os demais e compartilhar informações recebidas dos EUA antes de tomar uma decisão.
A União Europeia tem interesse em ajudar Obama a cumprir sua promessa de fechar a prisão de Guantánamo, mas a liberdade de trânsito dentro do bloco significa que um ex-preso poderia facilmente viajar para um país que não o deseje.
Gilles de Kerchove, coordenador de contraterrorismo da UE, disse à Reuters que o acordo é muito importante porque “materializou um sistema de compartilhamento de informações, confirmado politicamente no mais alto nível”.
Ele acrescentou que cada país da UE manterá plena autonomia sobre receber ou não ex-detentos.
Na opinião de Kerchove, a desativação da prisão encravada em Cuba acabará com um elemento que favorece o radicalismo islâmico. “Isso é consistente com a nossa posição durante o governo Bush e sua política de guerra ao terror, que não estávamos de acordo com voos secretos (para o transporte de presos), de centros secretos de detenção, de tortura, de Guantánamo e afins.