A cantora Vanessa Jackson, revelada em 2002 na primeira edição do reality show musical Fama, contou sobre sua participação no musical “A Cor Púrpura” que tem estréia prevista para janeiro de 2012. Vanessa será a protagonista da peça no papel de Celie, encenado por Whoopi Goldberg no filme “The Color Purple” que teve 11 indicações para o Oscar.
Dirigida por Steven Spielberg, a versão cinematográfica de A Cor Púrpura foi lançada em 1985, com elenco encabeçado por Whoopi Goldberg, Oprah Winfrey e Danny Glover. Indicado em 11 categorias do Oscar, o filme não levou nenhuma estatueta, mas obteve boas críticas e bilheteria. Spielberg afirma que não se trata de um filme sobre negros, mas sobre pessoas: “Desde o início do projeto, decidi que não era uma história sobre uma raça, cor ou situação social, mas sobre a humanidade.” A passagem de tempo no filme é mostrada com a sutileza de alguns detalhes, como a antiquíssima vitrola de corda mostrada no começo, marcando o início do século, depois a jukebox, que simboliza os anos 40. Os 34 anos em que a história se passa são documentados também através da evolução da black music, produzida pelo maestro Quincy Jones.
Já a produção nacional, com orçamento de seis milhões e meio de reais, foi o projeto musical que o produtor Ricco Antony encontrou grande dificuldade para captar a verba de produção: “As pessoas diziam que um espetáculo só com negros não daria retorno de público.” Por isso que ele se associou ao conhecido modelo e ator Luciano Szafir, na criação da produtora Produto Final. “A Cor Púrpura foi o primeiro filme que me emocionou muito, que me fez chorar. Não vi o musical na Broadway, apenas um DVD do qual gostei muito. Ricco me mostrou o projeto e imediatamente nos associamos.”, conta Szafir.
Luciano conseguiu fazer contato com Oprah, que vendeu os direitos por 75 mil dólares, mais 12% da bilheteria. Ao lado de Antony, da cenógrafa Clívia Cohen, da figurinista Jô Resende, da coreógrafa Mariana Matavelli e de Mariana Elisabetsky, a tradutora do texto, que fez a versão das músicas, Szafir vibrou com a qualidade dos pré-selecionados. Luciano discorda dos produtores que conseguem dinheiro público, através de incentivos fiscais, e cobram ingressos a 200 reais: “Nós cobraremos preços populares e pediremos que as pessoas tragam também uma lata de leite em pó para doarmos a obras sociais”, enfatiza.
Sobre a audições e a montagem do musical aqui no Brasil, Vanessa Jackson disse: “Os produtores da Broadway vieram até São Paulo especialmente para a audição da peça e acompanharão de perto toda a montagem e desenvolvimento do trabalho. Iniciarei a peça como uma adolescente e terminarei como uma idosa. O filme fala muito da questão de auto estima e aceitação”.