Vasco festeja 90 anos da ‘Resposta Histórica’ contra o racismo

 

Em evento realizado nesta segunda-feira na sede náutica do Vasco, presidente vascaíno discursou em tom de despedida.

O Vasco celebrou nesta segunda-feira uma solenidade em homenagem aos 90 anos do episódio que ficou conhecido como “Resposta Histórica”. O evento, que aconteceu na Sede Náutica do clube, na Lagoa, contou com a presença do presidente do clube, Roberto Dinamite, que fez um discurso falando sobre a história do Vasco.

– Deveríamos pensar no exemplo dado por esse episódio para nos relacionarmos com as pessoas no dia-a-dia do clube. Não fui um presidente que agradou a todos, e também não consegui fazer isso enquanto jogador, mas deixo um legado, que é a igualdade dentro do clube e o direito de ir e vir restabelecido após um período de censura. Acho que esse respeito é muito importante – disse Roberto, que falou em tom de despedida, mas não descartou uma possível nova candidatura à presidência do clube. As eleições ocorrem ainda em 2014.
A resposta histórica aconteceu no dia 7 de abril de 1924. O Vasco foi campeão carioca no ano anterior, 1923, com um time formado por uma maioria de negros e pobres, e os outros clubes, encabeçados pelo Fluminense, romperam com a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), entidade que organizava o Campeonato Carioca. Criaram a Amea (Associação Metropolitana de Esportes Athléticos) e impuseram diversas restrições para a filiação de jogadores, condicionando a participação do Vasco no campeonato de 1924 à exclusão de 12 atletas do elenco que não cumpriam com esses requisitos.

O então presidente vascaíno, José Augusto Prestes, não concordou com a atitude e se recusou oficialmente a aceitar essas condições em uma carta publicada e endereçada a Arnaldo Guinle, presidente do Fluminense.

– Os Guinle eram uma família poderosíssima na época, mas meu bisavô não tinha medo disso não. Encarou de frente e mandou a carta sem medo. Ele era um homem de visão e percebeu que um time montado por negros representaria 80% da sociedade brasileira. E isso foi fundamental para a modernização do futebol brasileiro – analisou José Luis de Macedo Soares, bisneto de José Augusto prestes.

Fonte: Tribuna Hoje

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