Vitima de racismo, Wallace do Sada Cruzeiro desabafa: ‘Isso é gente que não tem família’

Oposto do Cruzeiro, que diz ter se perdido na partida após xingamentos, afirma que nunca gostou da torcida do Minas

A derrota do Cruzeiro para o Minas, de virada, por 3 sets a 2, na noite desta quarta-feira, não é o que vai incomodar o oposto Wallace. O jogador, um dos destaques do time celeste nesta temporada da Superliga de Vôlei, está frustrado por conta de uma situação ainda no segundo set, quando o Cruzeiro vencia a partida. Segundo ele, das arquibancadas do lado do Minas, uma torcedora o chamou, repetidas vezes, de “macaco”.

Wallace ressaltou que ofensa o teria desestabilizado

– (Falaram) de macaco, volta pro zoológico. O pior foi ter vindo de uma mulher, era o que eu menos esperava. Se fosse um homem, beleza, dava para chegar de frente, bater. Agora, uma mulher… Vai fazer o quê? Isso é coisa de quem não tem respeito por si próprio. É frustrante isso, não dá para aceitar. Isso é gente que não tem família.

O jogador disse também que, após o incidente, ele teve dificuldades em se concentrar para a partida, mas explicou que isso não era uma justificativa para a derrota.

– Querendo ou não afeta o psicológico. Você fica com aquela coisa de querer saber quem que foi durante o jogo inteiro. Quando fui chamado, fiquei procurando, mas aí já não consegui, desfoquei total do jogo. Isso não é desculpa por ter jogado mal depois. Mas, sinceramente, não tive psicológico para levar isso aí.

Por fim, Wallace, que afirma nunca ter se sentido à vontade jogando com a presença da torcida do Minas, espera por um exame de consciência da pessoa que o xingou.

– A pessoa vai colocar a cabeça no travesseiro e vamos ver se vai ficar com a consciência tranquila. Isso me tirou um pouco do jogo.

 

 

 

Fonte: Portal Celeste

+ sobre o tema

Ângelo Assumpção sobre Nory: ‘que seja medalhista também fora do tablado’

Medalhista de bronze na ginástica artística da Rio-2016, Arthur...

Ministério Público denuncia 9 policiais por ‘exterminio’ na Bahia

O Ministério Público do Estado ajuizou denúncia contra nove...

Desembargador Paulo Rangel ministra palestra na Defensoria Pública sobre menoridade penal

Enviado para o Portal Geledés O auditório da Fundação Escola...

Investimento e prioridade

Todos os anos, o Dia da Consciência Negra marca...

para lembrar

A guerra racial de alta letalidade

Denúncias contra o Estado brasileiro na ONU, na Organização...

A questão racial no Brasil dos anos 50

No início da década de 1950, a Organização das...
spot_imgspot_img

Elites que se tornaram uma caricatura

Em salões decorados com obras que ninguém sabe explicar e restaurantes onde o nome do chef vale mais que o sabor da comida servida, uma parte da elite...

Festa de São Jorge é a utopia de um Rio respeitoso e seguro

Poucas celebrações são mais reveladoras da (idealizada) alma carioca e, ao mesmo tempo, do fosso de brutalidade em que nos metemos. Todo 23 de...

Belém e favela do Moinho, faces da gentrificação

O que uma região central de São Paulo, cruzada por linhas de trem, a favela do Moinho, tem a ver com a periferia de Belém, sede...
-+=