“Acordei com ele em cima de mim”, relata vítima de Roger Abdelmassih

Ivany Serebrenic, a primeira vítima a denunciar Roger Abdelmassih, conta ao iG detalhes sobre como agia o ex-médico, condenado a 278 anos de prisão; assista a entrevista

Por Paula Pacheco

Na terça-feira (19), Roger Abdelmassih, de 70 anos, condenado pela Justiça a 278 anos de prisão por atacar sexualmente 52 mulheres, foi capturado em Assunção (Paraguai). Desde o dia 18, o endereço do ex-médico é o presídio de Tremembé, no interior paulista.

A empresária Ivany Serebrenic estava no salão de beleza quando, por telefone, soube que seu drama, iniciado em 1999, poderia ter terminado. Naquela noite, foi preciso chamar um médico em casa para que conseguisse dormir.

Em entrevista ao iG, a empresária detalhou como foi atacada por Abdelmassih: a tentativa de beijá-la no consultório, o estupro, o trauma que tem até hoje. “Acordei com ele em cima de mim”, afirma.

Cada detalhe revelado por Ivany mostra como Abdelmassih se comportava como um predador. No primeiro contato com os pais que procuravam seus serviços, levantava todo tipo de informação sobre a família – de fontes de renda a opção religiosa. E era assim, por exemplo, que se agarrava a um terço durante o atendimento no consultório para dizer que era uma espécie de escolhido de Deus para fazer com que suas pacientes engravidassem.

Ivany foi a primeira vítima do ex-médico, considerado por muito tempo o nome mais conhecido entre os especialistas em fertilização in vitro no Brasil, a denunciá-lo por estupro, em 2008 – nove anos depois de ter sido estuprada por Abdelmassih.

Ivany vive na Grande São Paulo com o marido e três filhos – os trigêmeos nasceram de uma bem sucedida fertilização in vitro feita em uma clínica no interior paulista. Apesar de ter seguido com a vida familiar, ela não desistiu de ver Abdelmassih preso.

Ao lado de outras cinco vítimas de Abdelmassih, Ivany montou uma investigação paralela para chegar até o lugar onde seu estuprador se escondia. Foi assim que a polícia descobriu a mansão que servia como esconderijo do ex-médico, sua mulher Larissa Sacco e os dois filhos gêmeos.

Pouco mais de uma semana desde a prisão de Abdelmassih, Ivany mantém a articulação com o grupo de vítimas para que o ex-médico não consiga algum tipo de relaxamento de sua pena. “Desejo realmente que ele tenha uma vida muito longa”, diz Ivany.

Fonte: Último Segundo

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