Elza Soares: “Ainda me choca o racismo nos dias atuais”

Elza Soares é uma mulher de fibra. Com uma história de luta contra o preconceito, consagrou-se como um das maiores intérpretes da música mundial. Pouco mais de um mês após completar seus 80 anos, a cantora ainda vibra por testemunhar cada conquista de espaço pelas minorias. No Dia Nacional da Mulher Negra, comemorado nesta terça-feira (25), a artista, que faz show na cidade em 26 de agosto, reconhece que ainda há muito a se fazer para a sonhada igualdade de oportunidades.

 

Do Diário Online

“Enfrentei muito o preconceito. Fui a primeira negra a cantar em boates onde negros não tinham acesso, o meu canto me ajudou a me posicionar e me colocar em um lugar onde podia brigar por igualdade”, lembra.

A persistência da cantora, que já foi faxineira e empregada doméstica, foi a solução que a levou para chegar ao topo da carreira. “Não sei fazer outra coisa além de cantar… sei cozinhar, mas não posso assumir a cozinha por conta do meu problema de coluna… É no palco que sou feliz”, diz.

Michael Melo/Metrópoles

Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles

Publicidade

Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles

A disposição para enfrentar os desafios? “Eu tenho muita fé. Quando as coisas não estão do jeito que eu gostaria, paro e respiro e penso que tudo passa. As coisas boas passam, as ruins, também”, orienta.

Elza lembra os vários preconceitos que sofreu em sua caminhada, mas não se amargura com as lembranças. “Ainda fico chocada com inúmeros casos de racismos praticados nos dias atuais. Isso só reforça que ainda temos muito o que brigar”, enfatiza.

Enquanto tiver alguém para me escutar, vou gritar para ver se consigo fazer algo por alguém que precisa, seja Mulher, negro, gay… qualquer ser humano

Elza Soares

O ícone da música brasileira voltará a Brasília em agosto, para apresentação ao lado de Mariene de Castro, Zélia Duncan e Wanda Sá. Juntas, as artistas protagonizam o show Elas Cantam da Bossa ao Samba.

Elas Cantam da Bossa ao Samba
Em 26 de agosto, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental), a partir das 21h30. Ingressos entre R$ 60 e R$160. Classificação indicativa 12 anos

+ sobre o tema

Renda de negros cresce 56,3%

Diferença de remuneração por raça encolhe nos últimos onze...

“Meu filho recebeu 11 tiros. Um, na nuca, arrancou seu maxilar”

A chacina de Costa Barros, quando cinco jovens foram...

Jogo do Privilégio

Por meio de um simples jogo o Instituto Identidade...

para lembrar

Grupos de combate ao racismo pedem investigação sobre pichação contra Mbappé

Grupos de combate ao racismo estão pedindo que as...

“Chefe sugeria que eu alisasse cabelo”, diz recepcionista após vencer ação 

Uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho que condenou...

Intérprete de Luiz Felipe Scolari está preso após briga e ofensa racista

Por: JAMIL CHADE O Bunyodkor, time do técnico...

Torcida do Zenit pede ao clube para não contratar gays, negros e latinos

  Torcedores do Zenit, de São Petersburgo, na Rússia, causaram...
spot_imgspot_img

Seu antirracismo é de fachada?

"Eu não tive a intenção, agora entendo que minhas atitudes são consequências do racismo estrutural." Não foram exatamente essas as palavras que uma cantora branca de sucesso...

PM afasta dois militares envolvidos em abordagem de homem negro em SP

A Polícia Militar (PM) afastou os dois policiais envolvidos na ação na zona norte da capital paulista nesta terça-feira (23). A abordagem foi gravada e...

‘Não consigo respirar’: Homem negro morre após ser detido e algemado pela polícia nos EUA

Um homem negro morreu na cidade de Canton, Ohio, nos EUA, quando estava algemado sob custódia da polícia. É possível ouvir Frank Tyson, de...
-+=