‘Não há Justiça que pague’, diz mulher sobre ex-marido condenado por decepar as mãos dela em MT

Família fez campanha para conseguir próteses, mas o dinheiro arrecadado não foi o suficiente. Gesiane Buriola da Silva mora sozinha e recebe apenas um salário-mínimo do governo.

Do G1 

Geisiane ainda precisa de próteses e não consegue mais trabalhar — Foto: TVCA/Reprodução

A mulher que teve as mãos decepadas pelo ex-marido em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, em abril de 2017, disse que não concorda com a pena dada ao acusado. Gesiane Buriola da Silva, de 32 anos, mora sozinha e ainda não conseguiu próteses.

O ex-marido dela, Jair da Costa foi a júri na sexta-feira (12). Ele foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, sem direito ao apelo em liberdade.

Geisiane, que trabalhava como diarista antes de perder os membros, atualmente, mora sozinha e recebe apenas um salário-mínimo como beneficio do governo.

“Não consigo mais encontrar um emprego. Queria ter, pelo menos, uma mão para conseguir fazer meu serviço. Não há Justiça que pague o que ele fez comigo. Não quero mais vê-lo na minha frente. Nem a família dele me procurou após o ocorrido”, ressaltou.

A vítima contou que paga R$ 350 no aluguel da casa onde mora, além de despesas com luz, água e alimentos. Ela também ajuda os dois filhos, de 8 e 13 anos que moram com os pais dela.

“Tem mês que não sobra dinheiro nem para fazer compra. O serviço de casa sou eu quem faço. Todos os dias limpo a casa, faço minha comida, tomo banho, só não consigo pentear o cabelo, então peço ajuda para as pessoas que me visitam”, contou.

Logo após o crime, Geisiane passou por um longo período de tratamento e permaneceu mais de 20 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Quando recebeu alta médica, ela colocou uma prótese provisória, mas o material era muito rígido e o equipamento logo quebrou.

A família fez uma campanha para adquirir uma prótese mais adequada à situação dela, no ano passado. No entanto, ela não conseguiu dinheiro o suficiente para o equipamento. Cada prótese, segundo Geisiane, custa cerca de R$ 250 mil.

“As coisas estão difíceis. Não sei quando vou conseguir uma prótese, então, vou me virando até lá”, ressaltou.

O crime
As duas mãos de Geisiane foram decepadas pelo marido com o uso de um facão. À polícia, ele alegou que saiu para beber com os amigos e, quando voltou, encontrou a mulher com outro homem.

Com ciúmes, ele agrediu a mulher, que tentou correr para a rua. Em seguida, Jair pegou um facão e correu atrás dela.

Ao tentar proteger o rosto com as mãos, elas foram cortadas. O criminoso ainda deferiu golpes no rosto da vítima, cabeça e abdômen.

Ele chegou a fugir, mas foi preso em flagrante pela Polícia Militar e, em depoimento confessou o crime e confirmou a intenção de matar Geisiane.

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