Prisão de Mirian França é revogada

Farmacêutica é acusada pela morte de italiana, em dezembro; Mobilizações contra prisão tomaram as redes sociais acusando a polícia de racismo; A carioca não poderá se ausentar do Ceará pelo prazo de 30 dias

no Brasil de Fato

Após analisar informações divulgadas pela polícia, o juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da comarca de Jijoca, de Jericoacoara (Ceará), revogou a prisão temporária da farmacêutica Mirian França, na manhã desta terça-feira (13).

Doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Instituto de Microbiologia, Mirian estava presa há 14 dias, na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), acusada pelo assassinato da italiana Gaia Molinari, no dia 26 de dezembro.

Primeiramente tratada como testemunha do crime, Mirian passou a ser acusada após, segundo a polícia, contradições em seu depoimento. A delegada Patrícia Bezerra pediu a prisão preventiva da carioca argumentando que o retorno de Miriam ao Rio de Janeiro “inviabilizaria a continuidade das investigações”.

Redes Sociais

As mobilizações contra a prisão da farmacêutica tomaram as redes sociais. Na última sexta-feira (9), por exemplo, diversos movimentos lançaram uma nota pública pedindo sua liberdade e acusando a polícia de fazer julgamento antecipado de Miriam por ela ser negra. “A prisão de Miriam fere o Princípio Constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF)”, afirma a nota.

Também na sexta-feira (9), cerca de 30 pessoas protestaram na frente da delegacia. Em entrevista ao G1, a assistente social e integrante do Instituto Negra do Ceará e do Fórum Cearense de Mulheres, Francisca Sena, disse que Miriam sofre de racismo. “Existem outras suspeitas, as outras pessoas não estão presas. Há um racismo institucional praticado pela polícia de um modo geral”.

De acordo com a decisão, a farmacêutica não poderá se ausentar do Ceará pelo prazo de 30 dias.

+ sobre o tema

Disque-Denúncia para vítimas de violência

Por meio da central de atendimento 156 – 6...

Feminicídio: jovem é estrangulada por marido em Angatuba, uma das cidades mais seguras de SP

jovem é estrangulada por marido: a estudante de psicologia Gláucia Marcedes...

Alexandra Loras: ‘É preciso educar racistas com empatia e paixão’

Alexandra Loras nasceu na periferia de Paris. Filha de...

Gênero e municípios brasileiros: quem está à frente da gestão?

No próximo ano, haverá as eleições para a prefeitos/as...

para lembrar

Coordenador do núcleo LGBT da campanha de Marina deixa o cargo

PAULO. O coordenador do núcleo LGBT da campanha presidencial...

“Cidade não é projetada para mulher”, diz diretora de Chega de Fiu Fiu

Premissa do documentário, que terá sessão única em Brasília...
spot_imgspot_img

TSE realiza primeira sessão na história com duas ministras negras

O TSE realizou nesta quinta (9) a primeira sessão de sua história com participação de duas ministras negras e a quarta com mais ministras...

Em reunião com a ministra das Mulheres, movimentos denunciam casos de estupros e violência em abrigos para atingidos pelas enchentes no RS

Movimentos feministas participaram de uma reunião emergencial com a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, no final da tarde desta terça-feira (7), de forma online....

Documentário sobre Ruth de Souza reverencia todas as mulheres pretas

Num dia 8 feito hoje, Ruth de Souza estreava no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O ano era 1945. Num dia 12, feito...
-+=